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Eleições 2018 Quinta-feira, 11 de Outubro de 2018, 14:44 - A | A

Quinta-feira, 11 de Outubro de 2018, 14h:44 - A | A

Entrevista

Nilson diz que urnas incomodam classe dominante porque pobre passou a ter acesso ao voto

Adriana Assunção/VG Notícias

VG Notícias

Nilson Bezerra

 

O diretor-geral do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/MT), Nilson Bezerra em entrevista ao oticias No Ar nesta quinta-feira (11.10) rebateu as críticas relacionadas às urnas eletrônicas, feitas durante o primeiro turno das eleições de 2018.

Nilson destacou que a urna eletrônica foi criada para combater a corrupção eleitoral e trouxe também o empoderamento dos analfabetos, como exemplo, ele citou as eleições de 1994, onde 41% do eleitorado não tiveram seus votos aproveitados (ficando entre brancos e nulos). Diferente das eleições de 2018, na qual registrou que 15% do eleitorado votaram nulos e brancos. Segundo ele, destes, os 15 % que votaram nulos e brancos decidiram espontaneamente.

“Esses 41% são as pessoas que tentaram votar em alguém, mas por não saber escrever - o voto era nulo -, ou diziam: não sei escrever mesmo, eu entrego em branco. A urna permitiu a inclusão dessas classes menos favorecidas, bem como as pessoas com deficiência visual. A urna eletrônica surgiu para combater fraudes, a urna é um remédio para uma doença chamada corrupção eleitoral, mas em um efeito colateral a tudo isso, ela permitiu o voto universal que é constitucional, universal é o voto de todos”, destacou Nilson ao completar que os candidatos que reclamam da urna eletrônica são contrários ao voto universal.

Nilson pontuou a importância de evitar erros do passado e citou como exemplo, a época em que as mulheres eram proibidas de votar, os não católicos eram proibidos de votar, os pobres eram proibidos de votar, “isso incomoda as classes dominantes, porque o pobre passou a ter acesso ao voto. Esses candidatos que são contra a urna, porque sem a urna eletrônica ele ganhava no primeiro turno, porque sem a urna eletrônica o voto do pobre seria tudo anulado e só as classes dominantes teriam o voto computado”, argumentou.

Quanto aos defensores do voto impresso, Nilson pontuou que espera que no futuro as pessoas estejam 100% alfabetizadas. “O voto impresso, segundo o Supremo não é um voto universal é um voto que se agrega, ele iria tirar essas classes menos favorecidas fora do processo eleitoral, então, por isso que entendeu que era inconstitucional, tomara que no futuro tenhamos pessoas 100% com curso superior, aí a gente pode eventualmente ter um voto impresso.”

O diretor-geral do TRE/MT lembrou ainda que no primeiro turno de 2018, a maioria dos eleitores que mais reclamaram das urnas, são os eleitores do candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL). No entanto, os números das eleições contradizem os discursos, tanto dos candidatos que criticaram, como dos eleitores.

“Vamos pegar os números agora, Bolsonaro teve em Mato Grosso 60% dos votos válidos, os outros três candidatos somados tiveram só 40%, e a urna roubou contra ele? Segundo a pesquisa o Bolsonaro teria 51% em Mato Grosso e ele teve 60%, então, a Justiça Eleitoral roubou dele? Impossível né. A candidata ao Senado do Bolsonaro segundo as pesquisas ficaria em segundo ou em terceiro lugar, ficou em primeiro, a urna roubou o PSL?. O candidato que ficou em primeiro lugar para a Câmara Federal é o deputado do Bolsonaro e ninguém nem conhecia ele, as pesquisas não apontavam ele nem entre os 10, e ele fica em primeiro. Então a urna roubou do PSL? Os fatos contradizem os discursos” disse.

Ainda conforme Nilson, o PSL como o partido que mais criticou e critica as urnas eletrônicas não participou de nenhuma auditora que comprova a segurança das urnas. “O mundo inteiro vem aqui e faz essas auditorias externas e diz que nosso sistema é confiável. Além disso, os processos podem ser acompanhados pelos partidos políticos, pela OAB pelo Ministério Público. O PSL não esteve no teste público de segurança no ano de eleição, ele não esteve na lacração do software, ele quis ter acesso ao código fonte do software, ele não esteve na auditoria da votação eletrônica no Centro de Eventos do Pantanal, ele não tinha fiscal em cada uma das seções eleitorais, ou seja, ele não fiscalizou nada! Mas ele fica falando mal.”

Ao finalizar Nilson desafiou: “Eu não chamo Nilson se não acontecer o que eu estou falando agora, se ele perder ele vai entrar com pedido de auditoria nas urnas, se ele ganhar eu duvido que ele entre com pedido de auditoria. Eu gostaria que ele entrasse, nós da Justiça eleitoral estamos torcendo para que ele entre.”

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