O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse nesse domingo (14.10), em São Paulo, que, se for eleito, vai reativar um programa para estimular a matrícula de crianças com deficiência nas escolas. Ele também disse que é vítima de uma campanha de mensagens falsas na internet e pediu respeito.
Haddad chegou no fim da manhã, acompanhado da esposa, Ana Estela, a um hotel no centro de São Paulo, para se encontrar com pessoas com deficiência. O candidato assinou um termo em que se comprometeu a desenvolver um programa nacional de educação bilíngue para surdos.
O documento pede a expansão dessas escolas, onde surdos aprendem libras -- a língua brasileira de sinais --, e a escrever em língua portuguesa.
Além disso, afirmou que pretende retomar um dos programas da época em que foi ministro da Educação no governo Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta é da campanha bater de porta em porta pra identificar crianças com deficiência que recebem benefício do INSS mas não estão na escola - e convencer os pais a matriculá-las.
"Foram praticamente 400 mil crianças com algum tipo, com alguma deficiência, e nós íamos de porta em porta, por meio da busca ativa, esclarecer as famílias de que elas tinham direito e o dever de matricular suas crianças, e preparar as escolas das proximidades da vizinhança para que essas crianças pudessem ter uma acolhida, a melhor possível", disse Haddad.
Notícias falsas
Durante a entrevista coletiva, Fernando Haddad também protestou contra notícias falsas que circulam na internet e que, por exemplo, dizem que ele é dono de uma Ferrari e de um relógio caro.
"Chegaram a dizer que eu sou dono de uma Ferrari porque eu fui fazer, fui inaugurar a pista de Interlagos e estava um membro da família Ermirio de Moraes que me convidou pra estrear a pista... E eu passei a ser dono da Ferrari dele? Isso está circurlando na internet", reclamou o petista.
"A coisa está ficando séria. É muita ofensa desnecessária! É um absurdo o que está acontecendo! Esse relógio aqui, que eu ganhei da minha família quando eu fui eleito prefeito, passou a valer R$ 100 mil, não sei R$ 100 mil ou R$ 400mil. Olha a pulseira dele! Se eu soubesse, eu não estava andando com ele no punho! Nem a pulseira eu troco! Eu não tenho carro. Eu não tenho carro em meu nome e virei proprietário de uma Ferrari! [...] Então ou nós colocamos as coisas no trilho para sair dessa, com liberdade, com respeito, ou nós vamos muito mal", disse Haddad.
À tarde, Fernando Haddad não teve compromissos públicos e fez gravações para o programa eleitoral.