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Eleições 2018 Terça-feira, 09 de Outubro de 2018, 15:00 - A | A

Terça-feira, 09 de Outubro de 2018, 15h:00 - A | A

erro conceitual

As pessoas não queriam o novo, queriam o diferente, diz articulista político sobre eleições

Adriana Assunção/VG Notícias

VG Notícias

João edson

 

O sociólogo e articulista político, professor João Edisom em entrevista ao oticias No Ar, desta terça-feira (09.10), comentou sobre o resultado das eleições de 2018, tanto no âmbito nacional, como no estadual. Segundo ele, nestas eleições, houve um erro conceitual quanto ao entendimento sobre o “novo”, para o especialista, a população não buscava o novo e sim o “diferente”.

“Houve um erro conceitual – as pessoas diziam assim, eu quero o novo, as pessoas não queriam o novo – as pessoas queriam o diferente. “Bolsonaro é novo? Não é! 28 anos que está lá e utilizou as mesmas práticas. Mas uma coisa tenho que reconhecer, ele fez coisas diferentes – ele teve coragem de peitar as minorias, teve coragem de falar coisas que as pessoas falavam em grupo minoritário, mas não falava em coletividade -, ele fez diferente.”, avaliou.

João Edisom pontuou ainda, que no cenário nacional as pessoas devem debater os projetos e as reformas, e terem atenção, porque os políticos estão dizendo o que o povo quer ouvir e não necessariamente o que eles pensam. “Vai ter agora um segundo turno, as opções diminuíram muito. Estamos lidando com dois candidatos que estiveram no Poder, Fernando Haddad foi ministro, ele não pode mais dizer que vai fazer educação, ele teve todo tempo do mundo para fazer educação. E quando falo de Reformas, o Bolsonaro tem 28 anos de mandato e porque não tem nenhuma proposta nisso. O que está sendo dito é para inflamar as massas e garantir a vitória”, alertou.

Durante avaliação, o articulista político pontuou que as ferramentas eleitorais como redes sociais e pesquisas se destacaram nestas eleições: “Primeiro porque se agregou novos valores e algumas coisas se dissolveram, por exemplo, enquanto ferramenta, a pesquisa sempre foi usado no Brasil para marketing - tem duas pesquisas: a interna - que serve para corrigir os erros da campanha e a paga - e quem paga quer resultado. Se eu coloco alguém na frente, às pessoas vão votar na pessoa que está na frente, esse percentual está caindo, e ela caiu em um número muito insignificante, muitos apostaram na pesquisa – que é a velha política e acabaram dançando”, pontuou.

O professor João Edisom ressaltou a mudança no resultado com a utilização das redes sociais: “Inicialmente ela não servia para dar voto, mas servia para tirar votos. Agora não, ela continua tirando votos, mas serviu para dar votos, a prova disso que aqui em Mato Grosso, nós temos um estadual e um federal que se elegeram só com redes sociais”, destacou.

Ao avaliar o cenário que se formou em Mato Grosso, com a eleição do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (DEM), o articulista político ressaltou a importância do novo gestor garantir a base aliada e a presidência na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT). João Edisom lembrou a dificuldade enfrentada pelo gestor quando não tinha a presidência do Legislativo municipal: “Na Prefeitura ele levou todas as pancadas necessárias, foi a primeira Câmara de vereadores com 25 vereadores.E deu para ele ter uma noção que foi muito ruim nos primeiros dois anos não ter presidente da Câmara. Ele teve uma certa paz, quando teve o presidente da Câmara, que foi o falecido Júlio Pinheiro.”

Segundo o analista político, a experiência em Cuiabá deve ajudar Mauro a saber se posicionar diante dos conflitos: “Eu acredito que com a experiência que ele teve ali, ele consegue projetar ela, porque ele sabe que não vai ter uma Assembleia fácil, a Assembleia ela passa a ter nomes e já demonstra um campo de conflito muito grande, então, ele precisa ter essa maioria.”

Além de um possível conflito com a Assembleia Legislativa, caso não garanta a maioria, Mauro terá ainda que enfrentar o desafio de enxugar a máquina. Segundo ele, o governador Pedro Taques (PSDB) inchou a máquina que a mesma economicamente não suporta mais.

“Ele (Mauro) vai ter que mexer nessa máquina, vai ter que emagrecer ela. Ele está dizendo que o primeiro ano vai ser muito difícil, e ele está dizendo isso, porque já enxergou essa possiblidade. Não vai ter dinheiro extra, não vai ter aumento como teve no governo que está ai, e não dá para sustentar porque hoje nós pagamos salários desproporcionais no Estado, alguns servidores ganham por 20 servidores, tem gente ganhando menos do que devia e gente ganhando 10 vezes mais do que deveria.”

 

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