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Cidades Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2019, 14:40 - A | A

Terça-feira, 12 de Fevereiro de 2019, 14h:40 - A | A

Mensalinho em Rondolândia

Vereadora reformou casa em MT e mandou pedreiro receber valor direto com prefeito

Lucione Nazareth/ VG Notícias

prefeito de Rondolândia, Agnaldo Rodrigues de Carvalho, e vereadora Lígia Neiva (no alto)

O prefeito de Rondolândia (a 1.600 km de Cuiabá), Agnaldo Rodrigues de Carvalho, repassava mensalmente R$ 1 mil de “mensalinho” aos vereadores Diones Miranda Carvalho, Lígia Neiva e Joaquim da Cruz, para que eles o apoiassem politicamente, viabilizando assim o seu mandato e deixando de proceder medidas de fiscalização. A informação consta na denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) que resultou na expedição de mandado de prisão aos vereadores e afastamento do prefeito do cargo.

Leia Mais - Vereadores são presos em MT acusados de receberem ‘mensalinho’; Justiça manda afastar prefeito

Segundo denúncia do MP, assinado pelos promotores de justiça, Felipe Augusto Ribeiro de Oliveira e Luiz Eduardo Martins Jacob Filho, em 2018 o prefeito Agnaldo Rodrigues procurou o Ministério Público informando que em fevereiro de 2017 foi procurado por Diones e que na ocasião o parlamentar relatou que o salário de vereador “era muito pouco por mês, e que o prefeito tinha que dar uma ajuda a ele” em troca de apoio político junto a Câmara de Vereadores.

“Aí... foi combinado um valor de aproximadamente R$ 1.000,00 por mês, ele disse que era pouco, mas eu disse que não posso. Ai, foi onde eu comecei com o vereador Diones e depois a vereadora Ligia com a mesma conversa e o vereador Joaquim também, da mesma forma”, diz trecho do depoimento do gestor em setembro de 2018.

Sobre os pagamentos, o prefeito revelou que sacava valores de sua conta bancária e depois repassava aos vereadores, tendo realizado transações do “mensalinho” em seu gabinete na Prefeitura de Rondolândia, em sua casa, como também solicitava ao seu irmão, Vilmar Rodrigues de Carvalho (que trabalhava como motorista de Agnaldo) que entregasse as quantias a Diones, Lígia e Joaquim.

Porém, segundo o gestor, o combinado era que nenhum dos vereadores sabia que os outros recebia o “mensalinho”, nem mesmo aqueles que estavam pegando o dinheiro das mãos do prefeito. “Só que um não sabia o negócio do outro, era esse o combinado”, relatou Agnaldo.

Ao MP, o prefeito entregou comprovantes de depósitos bancários realizados em nomes dos vereadores, como também de seus familiares, entre eles: R$ 3 mil para Eurilene Nogueira (filha do vereador Joaquim); R$ 2 mil para Francelino Dourado (cunhado de Joaquim); cacique da comunidade Zoró, Humberto Zoró no valor R$ 2,5 mil (marido da vereadora Lígia).

O gestor declarou que a vereadora Lígia Neiva, que também é servidora da Funai, era aquela que mais cobrava e pressionava para o pagamento do “mensalinho”, sendo que ele (Agnaldo) inclusive pago, como forma de cumprir com o acordo com a parlamentar, a reforma da casa dela ocorrido em fevereiro de 2018 e que ficou em R$ 3.500,00. Segundo ele, foram feitos pagamentos direitos ao pedreiro, contratado pela parlamentar, mas de forma parcelada.

Ele disse ainda que como forma de pressioná-lo, os vereadores chegaram a instaurar seis Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI) entre julho a novembro de 2017 acusando do cometimento de ilícitos à frente do Poder Executivo Municipal, chegando a afastar Agnaldo do cargo em 16 de outubro daquele ano, porém, ele retornou em 14 novembro.

Nos autos consta inclusive o depoimento da esposa do prefeito, Marcele Bastos Frolich, que afirmou que os vereadores Joaquim da Cruz e Lígia Neiva frequentavam sua casa sempre na hora do almoço (porém, nunca junto) e que em algumas ocasiões presenciou os parlamentares cobrando Agnaldo do repasse do dinheiro. A primeira dama ainda declarou que o seu marido repassou dinheiro aos vereadores dentro de sua casa e que uma desta vezes, na ocasião repasse feitas a Lígia, Agnaldo deu o dinheiro sem usar qualquer envelope ficando amostra as notas recebidas pela vereadora.

Sobre repasses para Diones, Marcele Bastos disse nunca ter presenciado, mas que o esposo mostrou comprovantes de depósitos bancários endereçados ao parlamentar, porém, não soube precisar valores.

Na denúncia, consta ainda o depoimento do irmão de Agnaldo, Vilmar Rodrigues, que confirmar ter entregue o dinheiro aos vereadores e também do pedreiro que realizou a obra na casa da vereadora Lígia Neiva – no qual confirmou que foi o prefeito Agnaldo que pagou pelo serviço inclusive tendo extrato bancário que comprovaria o depósito de R$ 1 mil da conta da Agnaldo para a do pedreiro pela obra.

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