A situação do ex-presidente da Unimed Cuiabá, Rubens Carlos de Oliveira Júnior, intitulado por sua equipe como “Imperador” está se complicando cada vez mais, à medida que as revelações da auditoria da cooperativa se desenrolam. A auditoria apontou um rombo financeiro de R$ 400 milhões, durante sua gestão.
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Rubens de Oliveira foi afastado na última segunda-feira (05.09) da diretoria da Federação das Unimeds de Mato Grosso, por tempo indetreminado. Na Unimed do Brasil, o ex-presidente optou por antecipar seu afastamento, solicitando um período de 90 dias.
Porém, ele deve ser afastado por problemas junto à Agência Nacional de Saúde (ANS) e a Unimed Cuiabá. Além dessas medidas, a Unimed Cuiabá tomou a iniciativa de encaminhar um processo à Federação, com todas as denúncias feitas contra o ex-presidente.
A cooperativa solicitou expressamente a sua saída. De acordo com fontes do , a diretoria atual da Unimed também ingressou com uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-presidente. Adicionalmente, a atual gestão já tem o aval dos cooperados para mover uma ação na Justiça, buscando ressarcimento dos recursos desviados e o bloqueio de bens, não só de Rubens de Oliveira, mas também de sua diretoria e do ex-Ceo da cooperativa, Eroaldo Oliveira.
A auditoria revelou que o ex-Ceo, Eroaldo Oliveira, havia firmado um contrato com metas a serem cumpridas. No entanto, segundo os resultados da auditoria, essas metas nunca foram alcançadas, e os pagamentos a ele foram irregulares, em desacordo com o contrato estabelecido.
Ainda, conforme fontes do , a fraude no balanço financeiro da Unimed Cuiabá, na gestão do ex-presidente, também foram comprovadas pela Agência Nacional de Saúde (ANS), o que vai levá-lo ao afastamento definitivo da Unimed Federação e, consequentemente, da Unimed do Brasil.
Outro lado - Em resposta, a assessoria de Rubens de Oliveira afirmou que foi o próprio ex-presidente que solicitou seu afastamento da Diretoria Executiva. Alegou que essa decisão foi motivada por questões pessoais e que ele poderá retornar em um prazo menor, caso julgue necessário. Rubens de Oliveira também nega veementemente todas as acusações de fraude contábil apresentadas pela atual diretoria da cooperativa em Cuiabá.
Pedaladas – Intitulado por seu grupo como “Imperador”, o ex-presidente decidiu apenas com sua diretoria construir o Espaço Cuidar, anexo ao Pronto Atendimento e gastou quase 50 milhões, sem nenhuma autorização dos cooperados. “Na cooperativa, quando você quer aprovar no valor vultuoso, tem que levar em assembleia, porque se não der certo e foi aprovado, a reponsabilidade é de todos, se não houver assembleia, a reponsabilidade recai sobre a diretoria”, explicou um cooperado ao .
No Espaço Cuidar, o ex-presidente gastou em torno de 40 milhões para construir e ficou sendo usado como um "elefante branco" a custo de praticamente 2 milhões mês por um período de um ano e meio, aproximadamente e depois resolveu “botar abaixo” o Espaço e fez um hospital, novamente sem autorização da assembleia e gastou aproximadamente 80 milhões.
Além disso, ele fez um laboratório de análises clínicas, reformou salas em prédio alugado para fazer postos de coletas para atender este laboratório, gastou aproximadamente R$ 30 milhões, sem autorização. Depois de fazer sem consultar em assembleia geral, decidiu sozinho vender o Laboratório para o Dasa, por 60 milhões, deste valor, recebeu apenas 10 milhões, os outros 50 milhões serão pagos ao longo do contrato, baseados em metas a serem atingidas, se as metas não forem cumpridas, o Dasa vai pagar parcelado ao longo de 15 anos.
“O Laboratório Dasa comprou e exigiu uma carta de garantia (fiança) no valor de 15 milhões. Caso a Unimed Cuiabá não cumpra umas das cláusulas, terá que pagar a fiança. Como isso tudo foi feito sem autorização, a Unimed entrará com ação para bloqueio dos bens de todos os diretores para ressarcirem o rombo”.
A fonte revelou ainda, que ninguém tinha acesso a este contrato. "Para se ter uma ideia, o cooperado, para ter acesso a este contrato, tinha que assinar um termo de confidencialidade.E era exigido, inclusive, para o Conselho Fiscal que está estatuariamente acima da diretoria. Um absurdo".
Em fevereiro de 2019, o Conselho fiscal convocou uma assembleia geral extraordinária para expor as “pedaladas fiscais” da diretoria passada, contudo, Rubens impediu à assembleia. Ele ingressou na Justiça, ganhou em primeiro grau. Houve recurso, a desembargadora Serly Marcondes Alves, derrubou a liminar de primeiro grau, mas, em poucas horas, a mesma desembargadora, revogou a decisão dela, dando "vitória" a Rubens, e não houve assembleia. "Depois veio a pandemia o conselho fiscal ficou suprimido. Em 2021, o Conselho Fiscal também chamou uma assembleia geral extraordinária, mas também foi bloqueado".
Em fevereiro de 2022, explicou a fonte, Rubens convocou uma assembleia no mesmo dia que os conselheiros fiscais tinham convocado para apresentar o balanço e as pedaladas, mas acabaram “massacrados”, porque o presidente conseguiu aprovar o balanço.
O Conselho eleito em 2022, convocou uma assembleia geral em novembro, e o presidente barrou outra vez na Justiça, com uma liminar concedida pelo juiz Yale Sabo Mendes. E o presidente realizou uma assembleia no mesmo dia, que o conselho fiscal havia convocado - e ainda acrescentou na pauta um item para encaminhar os conselheiros fiscais a Comissão Disciplinar Cooperativista (CDC).
"Por unanimidade, os cooperados não aprovaram mandar os conselheiros para o CDC, mas aprovaram que ele deveria abrir as contas aos conselheiros, mais uma vez Rubens não cumpriu. Na assembleia geral ordinária nas eleições, as contas foram reprovadas. Ele tentou tumultuar o processo eleitoral, perdeu as eleições, e a auditoria descobriu o que a maioria dos cooperados já sabia, que existia um rombo, só não imaginava o valor. Agora, todos os cooperados terão que ratear o prejuízo e esperar que a Justça faça ele devolver os recursos da Unimed Cuiabá".
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