O suplente de vereador de Cuiabá, Beto Pita (PSD) e sua esposa, a advogada Patrícia Pita, que presenciaram o ataque com bombas provocado por Francisco Wanderley Luiz na praça dos Três Poderes, em Brasília, lamentaram não ter evitado a morte do autor do ataque.
Beto e sua esposa, que atuam em uma empresa de consultoria agrária, estavam a cerca de 10 metros de Francisco e chegaram a temer que ele jogasse a bomba sobre eles.
“Nós ficamos desesperados! Apesar de saber que ele estava errado, lamentamos não ter tido oportunidade de ajudar aquele homem. Não estamos aqui defendendo ele, mas eu acho que uma palavra muda tudo. Se a gente tivesse oportunidade de dar uma palavra para ele, talvez ele não tivesse feito isso, mas infelizmente aconteceu”, declarou Beto, que testemunhou o ataque, contou detalhes ao nesta segunda-feira (18.11).
O consultor agrário afirmou que como “cristão” chegou a pensar em chutar a bomba e assim salvar a vida de Francisco. Em seu entendimento, o fanatismo vem deixando as pessoas “fora de si” e precisam de tratamento.
“Ele [Francisco] virou para a gente [Beto e a esposa] com a bomba e deitou no chão, deitou e deixou a bomba do lado dele. Veio um pensamento de eu correr lá e chutar aquela bomba para salvar ele. Somos cristãos, a nossa vida é salvar pessoas. Essa pessoa estava fora de si. Por mais que muitos digam, é um monstro. O cara precisa de tratamento. Se a gente pudesse ter encontrado ele antes, como a gente já encontrou vários por aí, que falam essas besteiras, de matar por causa de um ou de outro”, avaliou.
Segundo Beto, independente de lado, o fanatismo causa danos e torna as pessoas maldosas. Ele observou, que mesmo na igreja, há pessoas que comemoram tanto os ataques, quanto o resultado dele.
“Existe o fanatismo de um lado e do outro. Vamos supor que eu fosse do lado contra ele, eu diria, ainda bem que ele morreu, tinha que ter se explodido mesmo. Por isso que o Brasil está ficando dessa forma. A gente vê até cristão, pessoas de igrejas, pessoas de religiões chegando ao ponto de falar esse tipo de coisa. Tem prazer em ver uma pessoa explodir”, criticou.
Momento do ataque
Beto Pita afirmou que esteve em Brasília a trabalho. Proprietário de uma empresa de regularização fundiária, ele cumpria uma pauta com dois ministros, referentes a dois processos de Mato Grosso em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Eles aproveitaram para assistir a um julgamento, mas ao sair do local, aguardavam passar a chuva em uma marquise na frente do STF até seguirem para o carro a 50 metros.
Após a chuva acalmar, Beto Pita notou uma movimentação de fogos, achou estranho, mas continuou descendo a rampa, quando viu o segurança e Francisco gesticulando e gritando.
“Esse segurança meio que afastou ligeiro dele [Francisco]. Ele riscou uma bomba e jogou para o lado da estátua. Ele errou a estátua. Em seguida ele riscou outra bomba e jogou para atingir o prédio do STF, mas também ele estava longe, a força dele não era o suficiente e também graças a Deus a bomba caiu mais para perto e não teve êxito no alvo”, relatou.
Segundo Beto, estava uns 10 metros de distância mais ou menos, quando Francisco virou para seu lado e de sua esposa, causando pavor.
“Quando ele virou, veio aquele pensamento, se esse cara correr pra cima de nós com essa bomba, ou jogá-las em nós? Minha esposa ficou apavorada, minha esposa correu. Ela saiu correndo, eu falei: corre para o carro, o pensamento era assim, se ela decidisse, em qual ele iria correr, se fosse na minha esposa eu correria atrás dele, se fosse para o meu, correria para o lado do segurança para se proteger também. Enfim, o que aconteceu, que ele [Francisco] virou para gente com a bomba e deitou no chão, deitou e deixou a bomba do lado dele”, relembrou.
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