Mais de 14 candidatos que participaram do processo seletivo simplificado n°004 da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) para atuar no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) denunciam fraude na seleção. O processo seletivo, realizado no período de 03 a 17 de agosto, conforme o edital, compreende a análise curricular e avaliação de títulos (formação/qualificação e experiência profissional comprovada) e apresentação da documentação obrigatória exigida.
Porém, denúncias protocoladas na Ouvidoria, que também serão encaminhadas ao Ministério Público, questionam os critérios utilizados na avaliação, que, segundo os profissionais, colocaram no topo da lista de classificados pessoas que nunca trabalharam no SAMU e que não apresentaram cursos específicos para a função, deixando de fora profissionais com mais de 10 anos de serviço e experiência.
“O pessoal mais antigo do SAMU tem todos os cursos específicos [inclusive cursos investidos pelo Estado], e mesmo com tempo de serviço, não atingiram a pontuação, ficando abaixo da metade. E pessoas recém-formadas, sem experiência, estão encabeçando a lista”, criticou um profissional da área ao , que não terá seu nome divulgado por medo de represálias.
Os profissionais do SAMU também apontam indícios de favorecimento político, contagens e eliminações equivocadas. Um dos pontos questionados pelos participantes é que o servidor responsável pela equipe da banca tem histórico antiético. O profissional lotado no setor de Recursos Humanos (RH) da SES, que integrou a banca nesta seleção, gravou um vídeo em 2019 debochando dos currículos dos candidatos a vagas de emprego. Após denúncias dos profissionais, a SES teve conhecimento do vídeo e exonerou o servidor nesta terça-feira (10.10).
“A pessoa que estava à frente não era ética. Portanto, fica a questão: quem está à frente tem experiência para análise de currículo? Tem capacitação? Ela pode avaliar os pontos de experiência? Se esse servidor era responsável pela contratação até mesmo da equipe, e a SES soube do vídeo e o demitiu, o processo seletivo tem que ser investigado pela conduta dele”, criticou uma das denunciantes.
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Os indícios de fraude também foram apontados em relação ao recurso dentro do prazo legal, que, segundo a denúncia, a banca desconsidera e não dá esclarecimentos. “Deram um prazo para recorrer, para aqueles que apresentaram alguma pendência, eu e mais de 18 entramos com o recurso no mesmo dia e fomos desclassificados, então, eles não aceitaram o recurso”.
Uma das denúncias aponta que uma das escolhidas pela banca tem a indicação de um deputado estadual, que compõe a base governista. “Tem até uma denúncia de que a primeira da lista, que é técnica de enfermagem, é casada com o secretário de um deputado e tinha três indicações dele. Eles manipulam a lista como querem e não dão explicações.”
Outro lado - O entrou em contato com a assessoria da SES, que informou que a demanda foi encaminhada ao setor responsável. "Assim que recebermos um retorno, entro em contato." O espaço segue aberto para manifestação.
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