Os servidores da Educação de Várzea Grande realizaram novamente uma manifestação na Câmara Municipal, nessa terça-feira (30.05), pedindo ao prefeito Kalil Baracat (MDB) a inclusão dos técnicos no projeto de lei que concede 14,95% de reajuste no piso salarial aos professores da rede municipal de ensino. 

O secretário de Educação de Várzea Grande, Silvio Fidelis, afirmou ao que o piso salarial está sendo dado todos os anos, de forma rigorosa, assim como o Registro Geral Anual (RGA), que está sendo repassado conforme o índice da inflação. Ele revelou que está sendo feito um estudo para que os técnicos de educação também sejam beneficiados com o ajuste do piso salarial. Veja o pronunciamento na íntegra no final da matéria

Conforme o presidente do Sindicato Estadual dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Valdeir Pereira, a manifestação pede que a Prefeitura valorize os técnicos da educação municipal. Ele afirmou que espera que a Câmara dos Vereadores ajude a categoria e destacou que caso não haja mudança no projeto, haverá greve por tempo indeterminado na educação.

“O que nós queremos é que a Prefeitura tenha uma definição efetiva em relação à valorização dos técnicos. Não estamos solicitando aumento de salário. Nós esperamos que a Câmara de Vereadores, como um espaço democrático, busque todos os meios para evitarmos uma greve, uma paralisação por tempo indeterminado, dos trabalhadores da educação”, disse.

Valdeir explicou que mesmo que o reajuste salarial seja de 14,95%, ainda existem problemas relacionados à forma de pagamento, dividida em duas vezes, sendo 7,45% agora e 7,5% em outubro. Ele destacou que existe um tipo de “calote” entre janeiro a outubro, porque não há comprometimento efetivo em pagar o piso. 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso – Subsede de Várzea Grande (Sintep/VG), Juscelino Dias de Moura, apontou que o salário dos técnicos de educação está sem reajuste a mais de sete anos, e que atualmente, o valor é de R$ 1.231,88, chegando a ser menor que o salário mínimo, que é R$ 1.320,00.

“Não querem pagar os 14%, mas devem apresentar uma proposta para os técnicos que estão com salário congelado a mais de 7 anos, sofrendo sem a recomposição salarial. O salário deles não compra nem uma cesta básica. E nós estamos falando do 3º município mais rico do Estado de Mato Grosso, os técnicos não deveriam estar passando por essa situação, isso é um calote que querem dar. Todos os trabalhadores da educação são impactados com essa perda salarial”

Juscelino disse ainda que o prefeito Kalil Baracat parece não está disposto a dialogar com os trabalhadores da educação, e que isso resulta nesse desgaste entre os servidores e o Poder Público, e afirmou ser injusto um trabalhador exercer a profissão a mais de 20 anos e receber um salário de “miséria”, como classificado por ele.

“O prefeito Kalil nos atendeu só uma vez em 2021. Ele não dialoga com a gente. Não tem aquele respeito pelo sindicato de sentar e dialogar. Nós vamos permanecer fazendo as manifestações, se não, vamos fazer greve. Não é certo que um trabalhador com mais de 20 anos de profissão receba um salário de miséria. Nós queremos conversar para evitar esse desgaste, mas para isso, precisamos de diálogo com a Prefeitura”, disse.

Outro Lado - O secretário de Educação de Várzea Grande, Silvio Fidelis, afirmou ao que o piso salarial está sendo dado todos os anos, de forma rigorosa, assim como o Registro Geral Anual (RGA), que está sendo repassado conforme o índice da inflação. Ele destacou que as alegações do Sintep não são verídicas.

Ele revelou que está sendo feito um estudo pela Secretaria de Educação para que os técnicos de educação também sejam beneficiados com o ajuste do piso salarial, conforme a legalidade.

“O que está sendo alegado de tantos anos é inverídico, basta fazer uma checagem nas folhas de pagamento. Com relação aos demais servidores, será feito um estudo dentro de 90 dias para definir o que vamos fazer, de acordo com a legalidade”, destacou. 

O secretário explicou ainda que os ajustes estão sendo feitos pela Secretaria de Administração e Finanças, e que os salários estão sendo pagos de forma correta. “O Sintep propaga algumas situações de inverdades. Quem tem que fazer esses ajustes é a Secretaria de Administração e a Secretaria de Finanças, e tem sido feito, e temos como comprovar. Os salários estão em dia, as unidades escolares estão de uma forma certa, organizada e a educação pela população tem sido elogiada”, afirmou Silvio.