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Cidades Terça-feira, 09 de Junho de 2020, 10:33 - A | A

Terça-feira, 09 de Junho de 2020, 10h:33 - A | A

Entrevista

Secretário admite colapso no sistema de Saúde de MT: “Não nos enganemos. Já colapsou!”

Adriana Assunção/VG Notícias

O secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, em coletiva virtual desta terça-feira (09.06) admitiu que o sistema de Saúde de Mato Grosso já entrou em colapso. Gilberto destacou que a partir do momento que a demanda por leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) aumentam e a rede de saúde não consegue atender isso já significa um colapso.

“Qual é o momento exato que temos que falar colapsou? Se você não tiver leito à disposição, se não tiver profissional a disposição. O que mais falta para decidir que é um colapso? Então, não nos enganemos. Já colapsou!”, destacou o secretário dizendo que está chegando o momento dos municípios adotarem medidas não farmacológicas mais rigorosas.

Ele explica que as ocupações dos leitos nos Estados aumentaram com pacientes em estado crítico e relatou ainda, 10 transferências no período da tarde que colapsaram no Hospital Estadual Santa Casa e o Hospital Metropolitano, em Várzea Grande. Leia mais - Em MT, cinco hospitais de Covid-19 têm quase 100% na ocupação dos leitos de UTIs

“O número de pessoas que estão entre o estado grave e o estado crítico vai aumentar e o estado crítico precisa de um leito de UTI, então vai gerar um desconforto grande e por conseguinte vamos ter dificuldade no sistema hospitalar”, disse o secretário.

Figueiredo contou ainda que a rede privada também se encontra em colapso. Segundo ele, a rede privada encontra-se em dificuldades de adquirir insumos.

“O colapso quando ele chega, ele não vai começar apenas na rede estadual e municipal, ele vai colapsar toda a rede, os fornecedores de insumo, de medicamentos. Olha a situação a rede privada também está colapsando porque também não consegue adquirir os insumos para sua função, estão demandando inclusive para ver se o Governo do Estado tem como fornecer para eles. Os hospitais privados começam a ter dificuldades com anestésicos, medicamentos para atender as redes de UTIs”, pontuou.

Gilberto Figueiredo destacou que o Governo do Estado está fazendo o possível para reduzir a deficiência da falta de UTI, mas alertou: “Vai faltar sim.”

“Fizemos o plano foi o que foi possível fazer, construímos hospital em 45 dias. Todas as UTIs que existiam nos hospitais do Governo do Estado até o início da pandemia eram 77 UTIs praticamente dobramos esse número em dois meses, dentro daquilo que foi possível, não há equipamentos disponíveis para vender, se até os equipamentos comprados por nós o Governo Federal requisitou para levar para outros Estados, como é que vamos ter a solução. Não existe milagre nesse momento”, reforçou o secretário.

 
 

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