Dados estatísticos apontam que as mulheres em Mato Grosso são mais agredidas as quartas-feiras no período da noite e aos fins de semanas. Segundo a secretária de Assistência Social e Cidadania do Estado, Rosamaria de Carvalho, o motivo seria porque a quarta “é o dia do futebol”, com isso o agressor ingere bebida alcoólica, “chega em casa já com alguma alteração e acaba agredindo a sua esposa”.
Rosamaria concedeu entrevista ao oticias no Ar nessa quarta-feira (27.11) e afirmou que no início de 2020 haverá novas informações sobre a inauguração da Delegacia de Combate à Violência Doméstica com plantão 24 horas a ser implantada em Mato Grosso.
O objetivo do atendimento ininterrupto, segundo ela, é acolher as vítimas de violência doméstica que precisarem de atendimento fora do horário convencional da polícia.
“Alguma coisa precisa ser feita porque se ela é tão agredida em fins de semanas e durante a noite, neste momento nós não temos delegacia para atender. É muito difícil para a mulher que às vezes está transfigurada entrar em uma delegacia comum onde as últimas pessoas que ela quer ver são os homens que estão lá dentro da delegacia”.
De acordo com a secretária, a primeira-dama do Estado, Virginia Mendes, tem realizado ações para conseguir recursos que estão sendo destinados às obras da delegacia. “Para isso ela já fez desfiles de moda, rifa de joias, rifas de vestido que ela ganhou e a delegacia está a todo vapor”, afirma.
Questionada se acredita que houve um aumento da violência contra a mulher, ou se, na verdade, somente está havendo mais transparência nesses casos, a secretária disse acreditar na ocorrência desses dois fatores.
Conforme ela, o fato de a mulher estar cada vez mais empoderada incomoda alguns homens que não aceitam esse fato e, com isso, consequentemente, a violência pode aumentar. Rosamaria também acredita que de fato está havendo maior transparência atualmente.
Segundo a gestora, isso dá-se ao fato de muitas mulheres terem vivido a vida inteira sofrendo violência e se calaram e hoje essa situação está mudando. “Muitas foram criadas em famílias patriarcais, onde o casamento era pra vida toda e onde você tem que aceitar todas as coisas porque o marido era o líder da casa”.
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