O Comitê Estatual de Prevenção e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Cetrap) reuniu-se com representantes de entidades a fim de discutir estratégias de prevenção e combate ao tráfico de pessoas no estado. Coordenador do Comitê, Daniel Almeida de Macedo, que representa também a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), destacou que “é preciso dar total apoio a essa ação, com material em forma de panfletos ou cartilhas”. Segundo ele, a intenção é dar visibilidade e intensificar as ações de prevenção, fiscalização e combate ao tráfico por meio de “ideias, projetos e oportunidade de colaboração mútua”.
No Brasil, o tráfico de seres humanos se encontra como a terceira maior fonte de renda gerada deste tipo de crime, perdendo somente para o tráfico de armas e drogas. Entre as principais vítimas, estão jovens em situação de grande vulnerabilidade, marcado por problemas sociais, como falta de acesso à educação e condições dignas de sobrevivência. Muitos deles são aliciados, seduzidos pela possibilidade de melhorar as suas condições de vida.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 44% das vítimas do tráfico são alvos de exploração sexual, 32% são aliciadas para exploração no trabalho e 25% sofrem com a combinação de ambos os tipos de exploração. Ainda segundo a OIT, pelo menos metade dessas vítimas de tráfico são menores de 18 anos.
Durante a reunião, a coordenadora de Polícia Comunitária e Direitos Humanos, tenente-coronel Rosalina Gomes de Pinho, representante do Polícia Militar (PM), informou sobre a capacitação de 720 policiais militares, praças e oficiais, que receberam instrução do Cetrap sobre o tema de repressão ao Tráfico. Bethânia Silva, da Associação das Primeiras Damas dos Municípios (APDM), chamou atenção para criação e/ou ampliação dos Conselhos Municipais dos Direitos da Mulher, criação de políticas públicas de defesa da mulher por parte do Poder Executivo, via Secretaria Municipal de Assistência Social (Setas), nos 141 municípios do estado.
Ana Emília I. Sotero, do Instituto Programa de Ação Social da Pessoa Idosa de Mato Grosso, declarou que “em Barra do Garças e no Pontal do Araguaia há um grande foco de prostituição, mas que os profissionais destes municípios estão à disposição para desenvolver ações junto ao Cetrap”. Há, dessa forma, a necessidade de um trabalho de sensibilização dos profissionais que atuam diretamente com a população em situação de vulnerabilidade social.
Após as deliberações, ficou acordado para a próxima reunião do Comitê a apresentação do cronograma das ações de enfrentamento e combate ao tráfico de pessoas.
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