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Ketlly Cristina recebeu muitos elogios nas redes sociais pela história de superação
Com muito foco e dedicação aos estudos, a jovem gari, Ketlly Cristina da Silva, 25 anos, conseguiu se formar em direito. Ela trabalha na função na Subprefeitura do Cristo Rei desde março de 2019, quando passou no concurso.
Ketlly Cristina relatou ao 
, que inicialmente precisou superar primeiro o desafio para assumir a função de gari. Até então, ela trabalhava na função de vigia.
“Sempre aquela pressão por que eu era contratada e quando saiu o edital eu falei nem que for para gari vou fazer. Me inscrevi e passei, passou quase um ano e eles me chamaram. Eu falei: vou assumir independente do que as pessoas me falarem, muitos me julgaram, falaram: você faz direito poderia ter procurado algo melhor, falei, eu quero começar debaixo. Eu tinha objetivo de crescer, mas tudo com cautela”, relatou a jovem.
Em busca de assumir a função, Ketlly conta que precisou de dinheiro para fazer os exames necessários para assumir a função de gari. “No decorrer, não tinha dinheiro para fazer os exames, vendi latinha, cremozinho, pedi para um, pedi para outro, porque não tinha esse dinheiro de uma hora para outra, e você tem um mês para apresentar. Você tem que passar por psicólogo, fazer exame de coração, exame de sangue. Até minha mãe falou: você vai trabalhar como gari e precisa fazer tudo isso! Falei que mãe precisa, é o mesmo critério como se fosse para outra função, só muda o cargo”, contou.
Após conseguir apresentar os documentos e finalmente assumir o cargo que lhe traria estabilidade, precisou superar o desafio de se adaptar às mudanças, superar preconceitos e dificuldades para concluir o curso. “Me falavam: você é mulher vai ser muito puxado para você, você tem conhecimento e capacidade que pode te colocar em outro lugar, eu falei, se Deus está me dando essa oportunidade para eu entrar aqui, porque eu vou negar? Eu aproveitei a oportunidade, e não foi fácil para mim, eu era vigia, larguei um serviço de meio período para trabalhar o dia inteiro. Apesar do preconceito, acabei conciliando e me esforçando”, destacou.
Questionada se sofreu preconceito pelos colegas do curso, Ketlly Cristina relatou que se sentiu isolada em razão das diferenças sociais entre os colegas. “Na faculdade percebia que o pessoal se afastava, ainda mais a Unic, o pessoal é mais filhinho de papai, então quase não tinha amizades com ninguém. A amizade que eu tinha era com pessoas mais velhas de 40 a 60 anos. Eu não tinha o que eles tinham: tempo para ficar lá para estudar. Então ficava muito isolada, ficava muito triste, muitas vezes eu ficava sem comer porque não tinha dinheiro para comprar. Ou então, tinha um primo meu que fazia faculdade e eu ficava com ele, esperando me oferecer para pagar o almoço”, contou a jovem.
Recém formada, a jovem deixou uma mensagem para que as pessoas não desistam e busquem nos estudos a oportunidade para melhorar de vida independente da função que executam. “Jamais pode parar, mesmo que alguém fale não, mesmo que você não tenha condições, mas sempre veja as possibilidades. As possibilidades de dizer sim. Ah você recebeu não, para e pensa o que você pode fazer para aquele não virar sim, que o que eu sempre pensava. Muitas vezes eu ia buscar ajuda, oportunidade e as pessoas falavam não e eu tentava fazer aquele não virar um sim e graças a deus sempre consegui. Vocês são capazes, busquem informações e conhecimento para subir na vida, porque através disso nós crescemos na vida".
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Ela recebeu muitos elogios nas redes sociais pela história de superação. Uma das mensagens de apoio foi feita por Valdete Flores. “Quero dividir com vocês, o orgulho que temos de Ketlly Cristina da Silva, nossa Amiga, gari se formou em direito. Sim, os sonhos são possíveis, pois, ela não via obstáculos, ao invés de medo, tinha fé e determinação, estudiosa, dedicada e merecedora de todos nossos aplausos. Parabéns guerreira, você é nosso motivo de orgulho e toda nossa admiração”, postou a amiga.
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