O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), denunciou na última sexta-feira (26.07), 45 pessoas integrantes de uma organização criminosa especializada no tráfico de entorpecentes adquiridos na região de fronteira com a Bolívia e distribuídos em vários estados do território nacional.
O grupo foi desarticulado durante a operação “Comboio” da Polícia Federal, deflagrada em abril deste ano. Os denunciados são acusados pela prática de tráfico interestadual e associação ao tráfico. A denúncia foi protocolada na Vara Especializada do Crime Organizado da Capital, para onde o inquérito foi remetido.
De acordo com a denúncia do promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, a organização agia a partir da cidade de Pontes e Lacerda e circunvizinhanças, de onde enviava, de forma reiterada, carregamentos de entorpecente para receptadores/traficantes espalhados em diversas cidades, especialmente para os estados do Pará, Maranhão e Piauí. “Parte dos denunciados já respondiam à ações penais nos locais onde foram presos em flagrante durante as investigações da Polícia Federal”, explica o promotor de Justiça.
As investigações da Polícia Federal tiveram início um ano antes da deflagração da operação, a partir do relatório de inteligência da Operação Sentinela. Nesse relatório, foram reunidas informações de que um grupo de indivíduos, voltados ao tráfico interestadual de cocaína, estaria atuando a partir da cidade de Pontes e Lacerda/MT abastecendo outros estados. No decorrer das investigações, foram efetuados nove flagrantes, que resultaram na apreensão de quase 580Kg de cocaína e pasta base, além de diversos automóveis, bem como na prisão de treze pessoas, sendo a maioria delas caracterizadas como “mulas do tráfico”.
Entre os denunciados, 18 deles são considerados os cabeças da organização: Miguel Anderson Lourenço Gonzalez que já responde à ação penal por posse de droga apreendida, na Comarca de Jauru; Robério Souza da Silva; Zulmar Rodrigues Santos; Jefferson Lourenço Gonzalez; Fábio Ryoichi Sakita; Eduardo Matias de Campos; Aparecida Rodrigues Paraba; João Machado de Souza Neto; Fabiano Juremeira de Araújo; José Alexandre Araújo Galvão, José Augusto de Oliveira Silva; Mizael Pontel da Silva; Wilker Rodrigues de Freitas; Danúbio Viana Machado; Marcelo Eigi Sakita; Erasmo Gonzalez; Wilian Rodrigues de Freitas e Kairo Henrique de Freitas.
A operação: Em 18 de abril deste ano, cerca de 200 policiais federais participaram da Operação, para cumprimento de 52 mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da Terceira Vara da Comarca de Pontes e Lacerda/MT, os quais foram cumpridos nos estados do Mato Grosso, Pará, Tocantins e Maranhão.
A Operação Comboio recebeu esse nome em razão de que os veículos utilizados pelos principais integrantes possuíam equipamento de rádio comunicação, que geralmente é utilizado por motoristas que se comunicam entre si em caso de algum acidente, mas que, nesse caso, era utilizado pela quadrilha para facilitar o transporte de entorpecentes, de forma que possibilite aos “batedores” avisar quando avistarem barreiras policiais.
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