Um empresário de 59 anos, acusado de ter estuprado e matado Aléxia Carolina Lodi de Aragão, de apenas seis anos, foi condenado nesta terça-feira (10) pela Justiça de Mato Grosso a cumprir 31 anos de prisão pelo crime. De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o empresário Santo Martinello estuprou a criança na chácara que a vítima morava com a mãe e o irmão, na cidade de Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá. O crime ocorreu em junho de 2001.
O G1 ligou para o advogado de Martinello, no entanto, ele não atendeu às ligações. O empresário, foragido há mais de 10 anos, é procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
Segundo o MPE, depois de violentar sexualmente a criança, o empresário a matou sufocando, além de golpeá-la no pescoço usando uma faca de cozinha. A família alugava a chácara que pertencia ao empresário.
Para o juiz Hugo José Freitas da Silva, da Quarta Vara, Martinello foi “levado por seus instintos sexuais, revelando uma brutalidade fora do comum, demonstrando crueldade, frieza e absoluta ausência de sentimento humanitário”, disse o magistrado durante a sentença.
Durante a audiência foram levantadas provas e exames de laboratório que confirmaram que o empresário é a pessoa que estuprou e matou a criança. O magistrado estabeleceu a pena de 31 anos e cinco meses de prisão em regime fechado. Ainda, determinou que o mandado de prisão do empresário seja renovado, notificando a Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Família
A tia de Aléxia, Edina Lodi, considera o crime como 'cruel' e 'bárbaro'. Se estivesse viva atualmente, Aléxia teria 20 anos. Ela diz que a irmã —mãe de Aléxia— ainda mora em Lucas do Rio Verde e tenta seguir a vida após a morte da filha. O acusado era conhecido da família e tinha o respeito dos familiares de Aléxia. Hoje a família cobra a prisão do empresário.
Edina lembra que a defesa do empresário chegou a supor que Aléxia teria sido morta pelo próprio irmão (na época com 12 anos) ou por outro rapaz que mora na cidade, gerando revolta entre os familiares. A família da vítima trabalhava para Martinello.
“A condenação dele foi merecida, mas hoje não adianta. É como se eu ganhasse na loteria e eu não tivesse o bilhete na mão, não pudesse usufruir [do prêmio]. Ele foi condenado, mas é esquisito você condenar uma pessoa que não está presente [no julgamento]”, criticou a tia.
A tia da criança diz que o empresário, na época do crime, ficou preso por apenas seis meses, e foi solto pela 'porta da frente da delegacia', após ter a prisão revogada. “O sentimento da minha irmã é que tiramos essa carga. Ontem nós enterramos Aléxia definitivamente. Foi um estrago muito grande na minha família. Mas você nunca sabe, existem outros 'Santos Martinellos' lá fora”, declarou a tia de Aléxia.
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