Equipamentos doados pelo governo do Estado aos agricultores do Programa da Agricultura Familiar que deveriam estar nos municípios da Baixada Cuiabana, estão há mais de 60 dias encostados na Central de Comercialização de Agricultura Familiar em Várzea Grande (CAAF). A informação é do coordenador da CAAF, Wagner Markoski, ao VG Notícias.

Com investimento na ordem de R$ 3,6 milhões, recursos do governo Federal, a Central de Abastecimento da Agricultura Familiar foi inaugurada em março de 2010, pelo governo do Estado, para atender a Agricultura Familiar, sendo a primeira no Estado e que serviria de modelo para os demais municípios.

A expectativa com a implantação da CAAF seria atender mais de 20 mil famílias inseridas no Programa. “Esta central iria favorecer e muitos os pequenos produtores, que teriam um local como referência para comercializar a sua produção” disse o coordenador.

Segundo ele, a CAAF seria utilizada por 1.332 pequenos produtores de 14 municípios que compõem o Vale do Rio Cuiabá (Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Campo Verde, Jangada, Nobres, Nossa Senhora do Livramento, Nova Brasilândia, Planalto da Serra, Poconé, Rosário Oeste, Santo Antônio de Leverger e Várzea Grande).

Ele explicou que o projeto era para 95 boxes para comerciantes atacadistas, salas e salões para serviços para incentivar a produção, além de orientar e disciplinar a distribuição de hortifrutigranjeiros e outros produtos alimentícios de forma a atender à demanda do mercado.

“Esses produtos seriam comercializados no atacado e o alvo seriam as redes de varejo da Grande Cuiabá, iria baratear os produtos que chegam à mesa do consumidor”, pontuou.

Conforme Markoski, na época foram investidos R$3,6 milhões, com recursos do governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA, em parceria com o governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural - (Seder-MT), o terreno de 3.102 m² em uma área de 5 hectares, foi cedido pela prefeitura de Várzea Grande. A CAAF está localizada na Rodovia Mário Andreazza.

Em 03 de junho de 2015, conforme o coordenador, o governo Estado entregou 88 resfriadores de leite doados a pequenos produtores de 24 municípios de Mato Grosso. Atualmente, de acordo com Wagner Markoski, existem mais de 50 equipamentos, dentre eles, resfriadores de leite, farinheira, trator, patrulha mecanizada, depositados ocupando grande espaço da Central de Abastecimento, e, isto tem atrapalhado a feira.

“Estamos esperando que sejam entregues para as pessoas que de fato tenham necessidades destes equipamentos e que isso aconteça o mais rápido possível, considerando que neste espaço, que já é pequeno, da Central de comercialização, acontecem também as feiras rosa e quintais que também é um espaço de comercialização do agricultor familiar, e estes equipamentos tem tomado muito espaço dando a aparência  de que ali é apenas um depósito  de máquinas porque ocupa a maior parte da cobertura da feira dando a entender à população que sempre nos visitou que a feira está acabando”, lamentou o coordenador.

Desde o ano passado, explanou o coordenador, depois que o governo começou a deixar ali estas máquinas, diminuiu consideravelmente o movimento de pessoas que faziam feira, almoçavam e traziam os familiares com crianças porque havia bastante espaço. Hoje, a feira para comercialização está reduzida a menos de um terço dentro do barracão coberto.

“Embora a gestão seja do Estado, os municípios podem contribuir indiretamente, fortalecendo suas bases, seus agricultores na questão da logística de transporte dos produtos familiar e do desenvolvimento sustentável. Várzea Grande, por exemplo, teve uma ação mais recente da Secretaria de Agricultura que disponibilizou uma câmara fria que estava sem utilização em uma unidade e colocou a disposição na central para ser utilizado pelos agricultores aqui da baixada. A gente tem cobrado maior incentivo de todas as Secretarias de Agricultura da baixada cuiabana e tem notado que os secretários têm participado pouco, principalmente, das reuniões de colegiado, instância que se discutem as políticas de agricultura”, finalizou o coordenador.

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