O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Silvio Rangel, destacou em entrevista à imprensa nessa quarta-feira (29.03), o 3ª lugar de Mato Grosso no ranking dos maiores fabricantes do etanol. Embora o setor estima a geração de 5,3 bilhões de combustível na safra 2023/2024, Silvio Rangel também falou sobre os desafios do setor, como, por exemplo, a necessidade do Governo estabelecer uma política econômica que viabilize os investimentos e a falta de mão de obra qualificada.
“Estamos agregando o milho e essa produção de etanol, de DDG (um produto resultante da fabricação do etanol de milho), de proteína animal é fantástico. Mato Grosso está de parabéns. Estamos gerando riquezas para o Estado, agregando os valores, trazendo geração de emprego, renda e principalmente contribuindo com o Estado e com a sociedade através do aumento de agregação de impostos”, declarou Silvio Rangel.
Entre os desafios, o presidente da Fiemt destacou a necessidade de “ter uma melhora na economia”, para os investimentos acontecerem. Entre os gargalos a serem superados, Rangel aponta a falta de mão de obra para atender o setor.
"Tanto o etanol, como outras indústrias, temos um grande desafio, uma delas é a questão da força de trabalho. Precisamos capacitar mais pessoas para os setores. E o etanol de milho não é diferente. Temos feito alguns trabalhos no sentido de capacitação pelo Senai, através do Sesi - com a questão da escolaridade e com EJA. Que as pessoas possam ter oportunidade de estudar para participar desse mercado de trabalho”, disse o presidente.
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Rangel também destacou o crescimento de outras cadeias de atividades, como a questão do setor de produção de carnes e do milho.
“Saímos de uma sétima colocação, hoje estamos na terceira posição de produção no país e podendo, nos próximos dois anos, chegar na segunda colocação. Isso é importante para a gente produzir mais, tenha uma contribuição com a economia do Estado, através da industrialização, temos um crescimento muito forte do Estado, eu acho que esse segundo ciclo de crescimento será muito importante para o Estado de Mato Grosso”, declarou o presidente sobre a elevação no Ranking.
Já sobre a produção de biodiesel, Silvio Rangel prevê o aumento na capacidade de produção no setor, que atualmente ocupa a segunda colocação. “Isso faz com que as empresas que estavam com ociosidade de trabalho possam voltar com sua capacidade um pouco maior, gerando mais empregos e renda.”
SUBPRODUTOS - Ele também destacou sobre a mudanças que permitiram abrir o espaço para o comércio e produção dos subprodutos e os números apresentados pelo Sindicato das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Sindalcool-MT), que alterou seu nome para ampliar o atendimento.
"Antigamente chamávamos o etanol de álcool. Ele foi ao longo do tempo fazendo essas modificações e uma indústria de álcool antiga ela não tinha a possibilidade de agregar valor aos seus subprodutos. Hoje, temos a possibilidade de agregar valor a vários produtos. Temos uma inovação muito forte nesse setor e avançou muito. A produção de etanol é só um dos produtos que a gente produz, então, com esse avanço precisamos também avançar na questão da gestão política, por isso, essa transformação também do nome do Sindicato, para você ter o crescimento e a possibilidade de você ter a visibilidade desses outros produtos.”
ALTERAÇÕES TRIBUTÁRIAS NOS COMBUSTÍVEIS
Ao afirmar que os preços são regulados pelo mercado nacional, Silvio Rangel também opinou sobre as mudanças tributárias sob análise do Congresso Nacional aos setores que podem afetar diretamente nos preços aos consumidores. “Mato Grosso, nos últimos 10 anos, sempre teve o melhor preço de etanol do país e isso graças a nossa produção e indústria local. O que mais preocupa é a questão da base se ela será através do consumo. Mato Grosso é um grande produtor, mas temos um consumo relativamente baixo. Então, se ela for através do consumo, eu acho que Mato Grosso tem a perder muito”, manifestou.
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