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Cidades Terça-feira, 17 de Agosto de 2021, 17:05 - A | A

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VideoCast ‘Vovó Ta On’

Câncer tem cura e apenas 10 a 15% dos tumores podem ser hereditários; afirmam médicos

Os médicos dizem que não é porque um defeito genético, que vem de família

Gislaine Morais/VGN

GN

VGN; VideoCast; clínico; cirurgião; oncologia; Manuel; Giulliano Castiglioni

Cida Conagin entrevista os doutores Giulliano Castiglioni e Manuel Antônio Ramos.

 

 

 

  

Em entrevista ao VideoCast ‘A Vovó TÁ ON’, com Cida Conagin, os médicos Giulliano Castiglioni Alves Bosi Barbosa, (clínico em Oncologia), e o doutor Manuel Antônio Ramos Neto, (cirurgião oncológico), desmistificaram quanto ao câncer ser hereditário.

De acordo com o doutor Giulliano Castiglioni, apenas de 10 a 15% dos tumores cancerígenos podem ser considerados hereditários. “Ele tem um defeito genético em todas as partes, na maioria das vezes, duplicação de células que se espalham pelo corpo, mas não necessariamente, por ter a célula esse defeito genético o câncer é hereditário, vem de família”, explicou.

O doutor Manuel citou como exemplo o câncer de mama. Segundo ele, uma coisa é uma idosa de 80 anos ter um câncer de mama, outra coisa é uma paciente de 40 anos e de repente uma prima de 30 anos de primeiro grau ter um câncer de mama.

“Por serem pacientes muito jovens para desenvolver o câncer de mama, aí chamamos a família, os parentes próximos e falamos que existe essa possibilidade, de ser hereditário. Já uma paciente falar que duas parentes idosas de 80 e 90 anos desenvolveram o câncer, aí não é hereditário já é da idade, porque ai, neste caso, é mais fácil as células terem multiplicado errado do que ela ter nascido com o problema e demorado 80 anos para manifestar. Então para o câncer ser hereditário são os caso de pacientes mais jovens”.

Questionado se ainda a palavra câncer é um tabu na sociedade, o doutor Giulliano Castiglioni disse que sim, que muitos pacientes não conseguem nem pronunciar a palavra câncer e procuram usar outra forma de dizer, como por exemplo, “essa coisa, esse treco, essa doença”, entre outros.

Giulliano ressaltou que é preciso difundir mais as informações na sociedade sobre o câncer, pois se diagnosticado no início, tem tratamento e muitas vezes cura. Segundo o doutor, a sociedade ainda guarda na memória aqueles pacientes que teve o diagnóstico tardio, que fez o tratamento paliativo, mas que não teve a cura. “A sociedade nunca guarda as informações aqueles tratamentos que tiveram êxito, que tiveram cura”.

Os médicos explicaram ainda a maneira como o câncer se desenvolve e pode ser diagnosticado.

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Para o doutor Manuel, o câncer é todo um processo de multiplicação celular errada, onde começa com um nódulo, um carroço, e muitas vezes a pessoa não tem nenhum sintoma, se no estômago ou no intestino, por exemplo. Ele falou que a pessoa só começa a ter sintomas em decorrência de alterações, porque o tumor começa a crescer dentro do intestino, ou estômago e vai apertando e comprimindo. Conforme Manuel, esses sintomas são também meios de chamar a atenção para exames e ter o diagnóstico.

Outro exemplo que o doutor citou, foi em relação ao câncer de mama, que a mulher sente ínguas embaixo do braço - que são sinais de metástases, que podem infiltrar em outras partes do corpo, e começam a crescer, se multiplicarem e virar tumor.

Questionado como é o atendimento no consultório, o doutor Castiglioni contou que muitas vezes as pessoas chegam com o diagnóstico, mas não sabem o estágio da doença, então é de grande importância, além de detectado, saber como está à doença no corpo do paciente.

“Primeiro saber onde é localizado o tumor, se ele espalhou, para depois poder dar um prognóstico para o paciente. Aí em segundo lugar, fazemos os exames e depois encaminhamos para um cirurgião oncológico. Também pode acontecer ao contrário, o cirurgião encaminhar ao clínico que vai definir o tratamento sistêmico, no caso de não ser cirúrgico”, explicou o doutor.

Para informar um pouco sobre cirurgia, o doutor Manuel disse que cada caso é um caso. Ele disse também que alguns pacientes têm a indicação, que é chamada de neoadjuvante, trata-se de fazer a quimioterapia e depois o procedimento cirúrgico.

“Alguns pacientes não entendem esse procedimento. Por acharem que estão com um tumor enorme tem que fazer a cirurgia de imediato, é a expectativa de tirar logo o tumor e se livrar da doença. Aí explicamos o porquê de ter que fazer primeiro a quimioterapia para reduzir o tumor diminuindo assim as complicações trazendo menos lesões em órgãos com uma cirurgia menos agressiva”.

Ele destacou que existem diversas modalidades, sendo a neoadjuvante antes da quimioterapia para ajudar a diminuir o tumor, e a adjuvante que é depois da cirurgia para diminuir a chance do câncer voltar lembrando também que também existe o tratamento com radioterapia.

Explicando um pouco sobre a quimioterapia, doutor Juliano contou que a medicação que o paciente recebe acomete o corpo todo, ou seja, não atinge somente as células tumorais, por isso, muitas vezes o paciente tem efeitos colaterais como enjoos vômitos, e também o que é chamado de mielotoxicidade da medula óssea que leva a anemia, diminuição de imunidade e baixa de plaquetas.

Sobre o câncer afetar o psicológico e emocional da pessoa, o doutor Manuel observou que na clínica eles fazem o diagnóstico e conversam bastante com o paciente, e ainda como dever de médico, quando vai dar o diagnóstico precisa sentir o paciente. “Precisamos sentir o paciente, saber como ele vai receber a notícia, ai então a gente consegue encaminhar rapidamente para um apoio psicológico”.

O doutor Ramos explicou que nas Clínicas da Oncomed, o paciente pode contar com o apoio de psicólogos e uma equipe multidisciplinar. “Eu recebo um paciente e dou o diagnóstico de um tumor no intestino e que eu preciso operar, eu sinto que ele não recebe muito bem a notícia, a gente tenta explicar, vê o abalo do familiar, então colocamos à disposição à psicóloga para ajudar, conversar e explicar a doença. Muitas vezes esse paciente vai operar e também precisamos dar o suporte nutricional, então passamos para nutricionista. Os nutricionistas também estão ali para orientar o paciente que vai passar por uma quimioterapia, pois muitos têm o efeito colateral e então precisam de acompanhamento”.

Doutor Manuel acredita que com esse tratamento que a clínica oferece aos pacientes, eles vão aceitando a doença aos poucos. No entanto ressaltou que a aceitação do paciente ajuda muito, o paciente pensar positivo faz parte do tratamento.

“Muitos querem saber de imediato se tem cura, aí falamos que vamos fazer o tratamento e cuidar da qualidade de vida, porque muitos querem ter certeza da cura e isso não podemos prometer. Ele chega e falamos que tem tratamento, que é fazer quimioterapia, cirurgia e acompanhamento, e a cura vai vir com o tempo. O paciente diagnosticado em estágio inicial 1 e 2 a chance de cura é muito alta, mas sempre tem um porcentual pequeno que a gente não sabe quem é que corre riscos mais sérios. Eu sempre falo para o paciente que eu não sei se ele é o 5 ou o 10% que acaba dando complicação, eu não sei, a gente nunca sabe, concluiu o médico cirurgião doutor Manuel.

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