Mais de dois mil acidentes foram registrados no primeiro semestre deste ano nas rodovias federais, de acordo com dados preliminares da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo a instituição, até o mês de junho foram contabilizados 2.132 acidentes, 1.192 feridos e 129 pessoas que perderam a vida.
Em geral, se comparado ao mesmo período de 2013, os policiais rodoviários percebem uma diminuição: 2.236 acidentes com 136 mortos. Atualmente a PRF conta com 16 postos de fiscalização em mais de quatro mil quilômetros de rodovias pavimentadas: 364, 163, 070, 158 e 174.
Para o superintendente da PRF em Mato Grosso, Arthur Nogueira, a maioria dos acidentes é provocada pelo próprio comportamento imprudente dos motoristas e ocupantes nas rodovias. “Muitos passageiros ainda não utilizam o cinto de segurança e infelizmente verificamos um aumento de pessoas que se feriram em decorrência dos acidentes porque foram lançadas para fora dos carros. É um fator ligado ao comportamento do condutor. É de responsabilidade do motorista verificar se os passageiros estão devidamente seguros”, pontuou Nogueira.
O fato de Cuiabá e a região metropolitana estarem em obras há mais de dois anos, seja por causa da Copa do Mundo ou duplicação de rodovias, refletiu diretamente nos dados de acidentes. “Verificamos uma redução de acidentes e mortes na BR-364 e BR-163. Houve um aumento no fluxo de veículos, que acarretou na velocidade reduzida”, comentou o representante.
Acidentes e causas
A maior parte dos acidentes ocorreu na forma de batida traseira ou saída de pista, exclusivamente causados pela falta de atenção do motorista, seja pela questão de não guardar distância do outro veículo, estar em uma velocidade incompatível ou provocar uma ultrapassagem indevida.
A colisão frontal, apesar ser em menor ocorrência, é a principal responsável pelas mortes do relatório levantado pela PRF: mais de 42%. Os policiais rodoviários perceberam ao longo dos últimos dois anos que houve uma espécie de 'pulverização' dos locais onde estatisticamente e historicamente ocorriam os acidentes.
“Os acidentes estão pulverizados: os condutores têm uma consciência de que certo trecho é considerado de alto índice de acidentes mas não usam essa mesma consciência em trechos considerados mais tranquilos. Em certos trechos, onde quase não tínhamos registros de acidente, passaram a ter registros de acidentes. E onde já existiam [acidentes] verificamos uma diminuição”, explicou.
O motivo dessa mudança no cenário dos acidentes ainda é atribuído a forma que os motoristas agem nas rodovias. “O condutor ainda é autoconfiante: não usa cinto, não se preocupa com os trechos e acham que conhecem aquela rodovia. São fatores que fogem do estudo científico e são especificamente comportamentais”, disse o superintendente.
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