por Edina Araújo*
Vivemos tempos difíceis para o debate público. Em meio a uma enxurrada de informações, há aqueles que leem, mas não compreendem. Não interpretam, não refletem, não analisam. Apenas absorvem trechos soltos, formam opiniões precipitadas e saem atacando sem qualquer responsabilidade. Trata-se de um julgamento instantâneo, raso e, muitas vezes, cruel.
O pior é que essas pessoas não apenas se recusam a buscar a verdade, mas também colocam a ideologia acima da razão e do respeito ao próximo. Vestem uma viseira que as impede de enxergar além do que desejam acreditar. Não distinguem fato de opinião, contexto de manipulação, realidade de narrativa. Dessa forma, contribuem para alimentar um ambiente tóxico, onde a intolerância e o linchamento virtual se tornam regra.
Nas redes sociais, o fenômeno se repete diariamente. Leem um título, fazem uma interpretação rasa e já correm para atacar jornalistas, pesquisadores, políticos — qualquer um que não esteja alinhado com sua visão limitada de mundo. Não há compromisso com a verdade, apenas com o impulso de desqualificar, desmerecer e, muitas vezes, difamar.
O resultado disso é desastroso para a democracia. Uma sociedade que não sabe interpretar textos, que não busca informações completas e confiáveis, se torna refém de fake news e distorções. E pior: age de forma irresponsável, disseminando desinformação e prejudicando reputações sem qualquer embasamento.
É lamentável o momento em que estamos vivendo. Precisamos resgatar o hábito da leitura crítica, do pensamento analítico e do respeito ao contraditório. Caso contrário, continuaremos reféns de uma geração pautada pela superficialidade, pelo ódio gratuito e pela mentira travestida de verdade.
Edina Araújo, jornalista e diretora do Portal VGNOTICIAS
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