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VGNJUR Terça-feira, 25 de Abril de 2023, 16:40 - A | A

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INTERCEPATÇÃO TELEFÔNICA

Médico integrante de cartel da saúde de MT debocha: "Peguei paciente na rua andando pra levar para UTI"

Mensagens interceptadas pela Polícia, mostram médicos internando pacientes na UTI sem necessidade

Lucione Nazareth/VGN

Empresários de Mato Grosso, alvos de ação penal por suposta formação de cartel para fraudar contratos na Secretaria de Saúde do Estado (SES-MT), desdenhavam da população no período da pandemia da Covid-19, e utilizavam pacientes com outras enfermidades para ocuparem leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais regionais, com a finalidade de receberem valores pactuados com o Governo do Estado. Constam do inquérito, trocas de mensagens interceptadas pela Deccor entre os empresários integrantes do cartel. As informações constam do inquérito Operação Espelho, obtido com exclusividade pelo .

Deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), em 2021, as investigações tiveram início após denúncia de possíveis irregularidades na execução de contratos de serviços de médicos plantonistas para hospitais administradas pelo Governo do Estado, entre eles o Hospital Metropolitano de Várzea Grande.

Em 05 de abril de 2021, o médico Renes Leão Silva, manda mensagem no grupo, informando aos empresários Bruno Freitas de Melo e Luiz Gustavo Castilho Ivoglo, sócios-proprietários da LB Serviços Médicos Ltda, que conseguiram ocupar pela “primeira vez” os 10 leitos de UTI do Hospital Regional de Alta Floresta.

“Primeira vez q ocupou 10 leitos na UTI. [mandando emojis de risada]. Peguei paciente na rua andando”, escreveu o médico. Bruno e Luiz Gustavo respondem à mensagem com: kkkkk.

Na sequência do diálogo, Renes Leão fala que a cidade de Alta Floresta estava naquele em estado de “lockdown” e expressa a importância em deixar as UTI´s sempre lotadas para compensar o investimento, e para isso relata o esforço para levar pacientes para a unidade mesmo sem ter necessidade de internação.

“Se o lockdown não acabar, vai ser muito difícil manter a UTI cheia em cara. Tá subindo uns pacientes lá que já já o pessoal vai questionar a gente do que esses pacientes estão fazendo lá [risadas]. Tem um edema agudo de pulmão que vai subir hoje pra ocupar uma vaga lá, que já tem 4 dias tratando no hospital, não precisava nem subir, entendeu!? Então assim, vai ser difícil manter essa ocupação cheia se não acabar o lockdown. [...] Porque até pós operatório é difícil arrumar alguém”, diz trecho extraído dos diálogos.

Importante destacar que no mês passado, o grupo de empresários e médicos foram alvos de ordens judiciais, e tiveram os bens sequestrados, como carros de luxo e imóveis avaliados em R$ 35 milhões. Entre os alvos constam os empresários Bruno Freitas de Melo e Luiz Gustavo Castilho Ivoglo.

Na troca de mensagens interceptadas, sem citar nomes, os empresários revelam que uma “mulher da SES”, em referência a Secretaria de Estado de Saúde, que orientava o grupo para vencer as licitações. A informação foi extraída de conversa entre o empresário Osmar Gabriel Chemin com Luiz Gustavo Ivoglo, no qual é citado ainda o médico Renes Leão Silva e o empresário e ex-secretário de Saúde de Várzea Grande, Daoud Mohd Khamis Jaber Abdallah.

“Sobre o agente público que auxilia o grupo dentro da SES, Osmar encaminha um texto de terceira pessoa que aponta uma orientação recebida para vencer as licitações de Sinop, Alta Floresta, Sorriso e Colíder. Essa mesma mensagem Gustavo encaminhou para o Renes, onde pergunta quem seria a pessoa que auxiliou, mas Gustavo apenas responde ‘é a Mulher da SES falando com o Osmar do preço’, e na sequência comenta que ‘a ordem é tirar o Daud, segundo o Osmar”, diz trecho do inquérito.

Outro Lado - A Secretaria de Estado de Saúde, por meio de nota enviada ao , disse que as investigações oriundas da Operação Espelho ainda estão em andamento, e que aguarda a sua conclusão para tomar as providências necessárias.

Nota SES/MT

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) informa que as investigações oriundas da Operação Espelho ainda estão em andamento por parte da Polícia Judiciária Civil. A SES aguarda a conclusão das investigações para tomar as providências necessárias.

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