A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) se viu no centro de uma controvérsia nesta terça-feira (18.02), após proibir um formando do curso de Engenharia de Minas de participar da cerimônia de colação de grau com uma suástica pintada no rosto. O incidente ocorreu no Campus Centro da instituição, em Porto Alegre, e gerou manifestações de repúdio nas redes sociais e reações institucionais.
De acordo com informações do site G1, o formando estava com o símbolo no rosto antes da solenidade, quando foi abordado pelo vice-reitor da universidade e o coordenador de segurança. De acordo com a universidade, a pintura foi imediatamente retirada após a advertência. Krug de Souza alegou que a suástica não se tratava de um símbolo nazista, mas de um emblema hindu. No entanto, diante da insistência das autoridades da UFRGS, o estudante optou por remover a imagem e participar da cerimônia com outros símbolos no rosto.
A universidade, em nota, informou que, caso o estudante não removesse a suástica, ele não poderia colar grau e seria encaminhado para a Polícia Federal para averiguação do caso. A UFRGS também afirmou que irá registrar um boletim de ocorrência na Polícia Federal e tomará medidas administrativas apropriadas. A instituição reafirmou seu compromisso com o combate ao ódio e à intolerância e sublinhou que a continuidade da cerimônia visou respeitar o momento dos outros formandos e seus familiares.
Reações de Estudantes e Entidades
O episódio gerou forte reação de estudantes e entidades, que cobram uma resposta firme da universidade. A União Nacional dos Estudantes (UNE) repudiou a atitude do formando e exigiu a anulação da formatura e da entrega do diploma. “Apologia ao nazismo é crime, e essa ação não passará impune. A UFRGS é território antifascista e não aceitaremos que se normalizem ações como essa dentro da nossa Universidade”, afirmou a entidade, em nota.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) também se manifestou, cobrando uma investigação rigorosa para que casos como este não se repitam. Nas redes sociais, o deputado estadual Leonel Radde destacou que um boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI), embora a delegacia tenha informado que ainda não havia acesso ao registro.
Apologia ao Nazismo: Um Crime no Brasi
No Brasil, a apologia ao nazismo é um crime tipificado pela Lei 7.716/1989, que prevê pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa, para quem fabricar, comercializar ou distribuir símbolos associados ao regime nazista. A Constituição Brasileira também classifica o racismo como crime inafiançável e imprescritível, ou seja, pode ser julgado a qualquer momento, independentemente do tempo decorrido desde a infração.
O caso ganhou repercussão não apenas pela simbologia associada à suástica, mas também pela relevância das manifestações contra o fascismo e a intolerância. Grupos antifascistas reforçam a necessidade de vigilância constante em instituições de ensino, garantindo que episódios como este não se tornem recorrentes.
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