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embate

Cardeal condenado desafia decisão de Francisco e tenta garantir voto no conclave que elegerá novo Papa

Condenado em 2023 por envolvimento em um escândalo financeiro, Becciu tenta reverter sua exclusão do processo

Redação/VGN

O Vaticano vive dias de tensão com a inesperada tentativa do cardeal Giovanni Angelo Becciu de participar do conclave que escolherá o próximo Papa, após a morte de Francisco. Condenado em 2023 por envolvimento em um escândalo financeiro, Becciu tenta reverter sua exclusão do processo, alegando que mantém os direitos cardinais — apesar das sanções impostas pelo próprio Pontífice argentino.

Becciu, de 76 anos, já foi um dos colaboradores mais próximos do Papa Francisco, mas acabou protagonizando uma das maiores crises judiciais da Igreja Católica. De acordo com informações do jornal O Globo, o cardeal foi condenado a cinco anos e meio de prisão, além de perder a elegibilidade para cargos públicos, por sua participação em um controverso investimento milionário feito com recursos do Óbolo de São Pedro — doações de fiéis destinadas a obras de caridade — na compra de um prédio de luxo em Londres.

Durante o julgamento, que teve 86 audiências ao longo de mais de dois anos, o nome de Becciu também foi ligado a outras irregularidades, incluindo o pagamento de somas elevadas à consultora italiana Cecilia Marogna, envolvida no desvio de verbas destinadas, segundo o Vaticano, à libertação de missionários sequestrados. Parte dos recursos foi gasta com hotéis e artigos de luxo.

Apesar da gravidade das acusações e da condenação, Becciu insiste em sua inocência e agora reivindica seu direito de voto no conclave. Ele se baseia no fato de que, embora tenha renunciado aos direitos cardinais por determinação de Francisco em 2020, o Papa teria mantido seu título — o que, segundo o cardeal, seria suficiente para garantir sua participação no processo de escolha do novo líder da Igreja.

“Referindo-se ao último consistório, o Papa reconheceu minhas prerrogativas cardinais intactas, já que não houve vontade explícita de me excluir do conclave nem solicitação de minha renúncia por escrito”, declarou Becciu ao jornal italiano Unione Sarda, conforme reproduzido por O Globo.

A questão será analisada pela Congregação Geral dos Cardeais, que já iniciou suas sessões pré-conclave. A eventual presença de Becciu promete inflamar as tensões internas entre as diferentes correntes da Igreja, sobretudo os setores mais conservadores, críticos da linha reformista de Francisco.

Mesmo após o escândalo, o Papa manteve gestos ambíguos em relação a Becciu. Em 2021, celebrou a Missa da Ceia do Senhor na residência do ex-cardeal — um movimento visto por muitos como um sinal de clemência. Ainda assim, o Vaticano nunca oficializou a reintegração plena de Becciu às funções cardinais.

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