Uma operação policial realizada em novembro expôs a atuação de um grupo criminoso que usava plataformas digitais para aliciar e assediar crianças e adolescentes. A ação resultou na prisão de dois adultos e na apreensão de quatro menores de idade. As informações foram reveladas neste domingo (06.07) em reportagem do Fantástico, da TV Globo.
Entre os detidos está Luíz Alexandre de Oliveira Lessa, ex-soldado do Exército Brasileiro, que se autodenominava o “Hitler da Bahia”. Ele e os demais envolvidos são investigados por crimes como pornografia infantil, indução à automutilação e ao suicídio, além da formação de organização criminosa.
De acordo com a reportagem, o grupo atuava de forma organizada, criando estratégias para abordar e manipular emocionalmente jovens vulneráveis por meio da internet. Plataformas de bate-papo e jogos online estariam entre os principais meios usados para estabelecer contato com as vítimas.
A defesa de Luíz Alexandre nega as acusações e afirmou que o ex-militar está disposto a colaborar com as investigações. Já o Exército Brasileiro informou que o soldado foi alvo de diversas punições disciplinares durante o tempo em que esteve na corporação e foi excluído do serviço militar em janeiro deste ano.
A reportagem também destacou a importância da participação ativa dos pais na rotina digital dos filhos como forma de prevenção. O professor Hugo Monteiro Ferreira, do Departamento de Educação da Universidade Federal Rural de Pernambuco, reforçou que o diálogo constante é a principal ferramenta de proteção.
“A primeira forma de você se certificar de que seus filhos estão vivendo uma experiência virtual segura, saudável, é você dialogar com seu filho. Ter, ao menos uma vez por semana, uma conversa mínima que seja, para saber o que ele vê e por onde circula na internet”, explicou o educador ao Fantástico.
Entre as recomendações apontadas por Ferreira estão:
- Não interagir com desconhecidos no ambiente virtual, assim como se faz na vida real;
- Respeitar os limites de idade para uso de telas, conforme orientações da Associação Brasileira de Pediatria, que recomenda que crianças com menos de 7 anos não usem dispositivos eletrônicos.
Segundo o professor, o uso consciente e pedagógico das tecnologias deve ser incentivado com **acompanhamento familiar**, evitando que crianças e adolescentes fiquem expostos a experiências prejudiciais à saúde mental.
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