A morte de Mayya Gil, uma ucraniana de 95 anos que teve uma vida marcada por momentos históricos dramáticos, gerou comoção nas redes sociais e na imprensa dos Estados Unidos nesta semana. A idosa, que sobreviveu à invasão nazista na Ucrânia, ao desastre de Chernobyl e até à pandemia de Covid-19, perdeu a vida de uma forma trágica e inesperada. Ela foi atropelada enquanto atravessava a rua em frente ao seu apartamento no Brooklyn, em Nova York, na última terça-feira (23.01).
Mayya estava acompanhada de seu cuidador, que também foi atingido pelo veículo, mas felizmente está estável e internado. O acidente aconteceu quando uma van de carga fez uma conversão à esquerda e não percebeu a presença dos dois na calçada. A idosa, que foi levada para o hospital, não resistiu aos ferimentos.
A história de Mayya Gil é um retrato de superação. Natural de Khmelnytskyi, na Ucrânia, ela foi forçada a fugir para Kiev ainda criança, no meio da Segunda Guerra Mundial, quando os nazistas invadiram sua terra natal. Aos 12 anos, viu sua família escapar da violência e se estabelecer na capital ucraniana. Mais tarde, casou-se, teve filhas gêmeas e, em 1986, após o desastre de Chernobyl, se mudou para os Estados Unidos com a família em busca de uma vida mais segura.
Em Nova York, se instalou no bairro de Bensonhurst, onde se integrou à comunidade judaica local e seguiu sua vida, sempre marcada pela luta e resistência. Mayya também enfrentou, de perto, a dor da pandemia de Covid-19, que levou seu marido em 2020. Ela mesma havia relatado à época a tristeza de não poder se despedir dele, uma das muitas perdas que sofreu ao longo da vida.
Mayya Gil, apesar de ter sobrevivido a tantas tragédias históricas, encontrou a morte de maneira trágica e simples, como milhares de pessoas em qualquer cidade. Mas, no caso dela, sua partida acaba sendo uma lembrança de como a vida é imprevisível e de como até os maiores sobreviventes podem ser surpreendidos pela fragilidade do destino.
Mayya, que chegou aos Estados Unidos fugindo de guerras e desastres, agora deixa um legado de resiliência e coragem para seus filhos, netos e para todos aqueles que conheceram sua história. (Com Revista Marie Claire)
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