O preço do leite pago ao produtor em Mato Grosso registrou um aumento de 1,21% em agosto de 2024, em relação ao mês anterior, atingindo R$ 2,26 por litro. Esse aumento é atribuído à escassez de oferta, causada pelo período de entressafra, que pressiona o mercado desde o campo até o consumidor final.
De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a redução da produção estadual tem sido um dos principais fatores responsáveis pela valorização do produto. Enquanto a produção diminui, os preços dos derivados lácteos, tanto no atacado quanto no varejo, registram altas expressivas. A cesta de produtos lácteos, composta por itens como manteiga, leite pasteurizado e queijos, viu um aumento de 7,39 pontos percentuais no atacado e 11,59 pontos no varejo, em julho de 2024.
Além disso, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) no estado caiu para 45,01% em julho, uma retração de 1,52 pontos percentuais comparado a junho. Essa queda reflete diretamente os desafios enfrentados pelos produtores, especialmente em regiões como Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, que foram as mais afetadas, com retrações de 23,21% e 18,43%, respectivamente.
Para o superintendente do Imea, Cleiton Jair Gauer, o cenário atual deve manter os preços elevados no curto prazo. “Com a entressafra, a oferta de leite no estado segue em queda, o que sustenta essa valorização no mercado local. No entanto, devemos observar com cautela a crescente oferta de lácteos importados e o aumento da produção no Sul do Brasil, que podem vir a impactar os preços no atacado e no varejo nos próximos meses”, afirmou Gauer.
O produtor rural João Batista, que possui uma fazenda no interior de Mato Grosso, confirma a pressão nos custos de produção, mas vê com alívio o aumento no preço pago pelo litro do leite. “É difícil manter a produção com a seca e o aumento no custo dos insumos, mas esse aumento no preço ajuda a equilibrar as contas”, declarou.
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