O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que apesar da pressão de deputados e senadores não irá flexibilizar o transporte de animais silvestres no Brasil. A declaração ocorreu ao participar de audiência na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento de Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados.
Fávaro revelou que vem recebendo nos últimos meses pedido de congressistas, inclusive na visita que fez na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (06.12), para flexibilização do transporte de animais silvestres, principalmente de pássaros para exposições e feiras.
“Essa é uma demanda que sempre estamos sendo cobrados, inclusive temos conhecimento de alguns pareceres favoráveis sobre a questão. Mas, nós estamos sendo muito conservadores neste aspecto”, disse o ministro.
Segundo ele, Brasil faz parte de uma lista de quatro países que não tem gripe aviária nas granjas comerciais, sendo que atualmente o país alcançou o patamar de 40% da carne de frango consumindo no mundo.
O ministro explicou que o Brasil vem se tornando uma potência neste mercado, tendo se tornando em agosto deste ano o primeiro país do mundo a exportar carne de frango para o mercado de Israel, o que de acordo com ele, “atesta o alto nível de credibilidade e confiança do sistema brasileiro de defesa agropecuária”. Israel é um dos maiores consumidores mundiais “per capita" de carne de frango e apresenta grande demanda por cortes de maior valor agregado, como o peito e o “shawarma”.
“O Brasil é o único país do mundo que pode vender carne de frango para Israel. E com selo kosher, todo judeu no mundo vai ver aquele selozinho na bandeja do frango brasileiro e vai poder comprar em qualquer lugar do mundo, em Nova Iorque, São Paulo, olha o tamanho da dimensão. Então nós não podemos precarizar”, declarou.
Ele completou: “Imagina se a gente assina a portaria e concede autorização para transitar com animais silvestres e acontece o caso de gripe aviária em granja comercial! As pessoas vão falar que é por causa dessa bendita portaria. São US$ 13 milhões de dólares que o Brasil comercializa por ano. Nós precisamos ter responsabilidade. Eu sei que é outro setor da economia que gera oportunidades e empregos. Mas, nós não podemos nos precarizar e não vamos flexibilizar por hora esse trânsito de animais silvestre”.
Importante destacar que o transporte de animais silvestres vivos ou abatidos deve ser feito mediante autorização de transporte e pagamento de boleto por meio do SISFauna, sistema de controle da fauna silvestre brasileira.
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