O mercado do boi voltou a dar sinais de força em Mato Grosso. Na última semana, a arroba do boi gordo a prazo fechou com média de R$ 324,39, registrando uma alta de 1,34%, segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), publicados nessa segunda-feira (21.04).
Essa valorização não veio sozinha. O boi magro, com 12 arrobas, também subiu e foi cotado a R$ 346,50/@, enquanto o bezerro (7 arrobas) chegou a R$ 12,99/kg. A novilha, por sua vez, foi negociada a R$ 9,59/kg.
De acordo com o IMEA, o custo operacional efetivo (COE) do sistema de recria e engorda ficou em R$ 278,18 por arroba vendida no primeiro trimestre de 2025 — um aumento de quase 47% em relação ao ano passado. Já no sistema de cria, o custo subiu 30%, alcançando R$ 187,30/@. Só o sistema de ciclo completo teve alívio, com queda de 18,39%, ficando em R$ 123,70/@.
Boa parte dessa alta nos custos se deve a maiores gastos com suplementação alimentar, despesas gerais e seguros de produção, que ganharam espaço no orçamento dos pecuaristas.
Outro indicador importante é a escala de abate dos frigoríficos, que se alongou para 8,62 dias, quase dois dias a mais em relação à semana anterior. Isso significa que os frigoríficos estão com oferta garantida por mais tempo, o que ajuda a manter os preços sustentados.
Historicamente, o mês de maio traz uma pressão de queda nos preços da arroba, com o início da seca e o aumento da oferta de animais prontos para o abate. A média histórica aponta que, em maio, os preços costumam ser 0,81% menores que os de abril.
Mas em 2025, as chuvas mais prolongadas em Mato Grosso podem mudar esse padrão. Com pastagens ainda em boas condições, os produtores tendem a segurar o gado por mais tempo, o que pode segurar a pressão de oferta e manter os preços firmes por mais algumas semanas.
O IMEA também lembra que, ao longo da série histórica, os preços da arroba costumam se recuperar entre maio e outubro — com uma valorização média de 5,89% nesse intervalo.
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