O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro destacou em entrevista nesta sexta-feira (13.12) os investimentos estratégicos para impulsionar a agricultura familiar na Baixada Cuiabana, região historicamente marcada por desigualdades econômicas em relação às áreas mais ricas do Estado.
Segundo o ministro, a vinda da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para Baixada Cuiabana permite trabalhar as cadeias produtivas com vocação, consciência e tecnologia.
“Esta Embrapa aliada à iniciativa privada que fez uma revolução na agropecuária brasileira. E nós temos que fazer isso acontecer também na agricultura familiar. Vamos incorporar e mudar essa desproporção entre regiões prósperas, ricas e a Baixada do Cuiabana, que ainda na agropecuária, não encontrou sua vocação e sua prosperidade, destacou o ministro.
Segundo Fávaro, a identificação e transformação do solo é uma das etapas a serem trabalhadas para o desenvolvimento da agricultura familiar. Segundo ele, as ações não se trata somente da identificação da qualidade, mas da transformação do perfil de solo.
“É fazer, é levar nutrientes, calcário, fosfatos, é a incorporação disso com matéria orgânica para que a agricultura familiar possa desenvolver qualquer uma das atividades a partir de um solo com boa qualidade. E ele é só uma das etapas de todos os projetos que estamos fazendo para a agricultura familiar”, enfatizou o ministro.
Ao todo, são quase R$ 145 milhões de investimentos em programas de sustentabilidade para pequenos agricultores. Segundo Fávaro, os recursos já estão definidos, bem como, já estão disponíveis a prestação de contas de convênios.
“Hoje além de anúncios de novos recursos, estamos prestando contas de convênios e programas que já estão em execução, não será feito só com a Embrapa, será feito com Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto Federal de Mato Grosso, também com institutos e instituições sem fins lucrativos, a administração direta do Ministério da Agricultura, a Fetagri, que é a Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, enfim, é um arco de entidades e representantes que vai estar trabalhando em prol da agricultura familiar”, afirmou o ministro.
O programa tem como inspiração politicas públicas adotadas pelo Vale do São Francisco, em Petrolina Pernambuco e em Juazeiro na Bahia. São só dois exemplos de tantos outros que temos no Brasil, onde a agricultura familiar, com fruticultura, com vocação, com tecnologia, consegue ter prosperidade.”
Combate a fome
Fávaro também destacou que investir na agricultura familiar é investir no combate a fome. O ministro destacou a “luta” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que durante o G20 no Brasil instituiu um pacto global contra a fome.
“Não existe degradação maior de um ser humano do que passar fome. É uma luta, um combate do presidente Lula, tanto que globalmente ele conseguiu, durante o G20 no Brasil, instituir um pacto global contra a fome. O Brasil precisa rapidamente estar saindo desse triste cenário” afirmou.
Ao apresentar dados, Fávaro afirmou que dos 33 milhões de pessoas encontradas abaixo da linha da pobreza e passando fome, 24 milhões já foram retirados desse triste cenário em dois anos.
“O Brasil, que estava fora do mapa da fome de 2010 e 2013, infelizmente voltou. A experiência adquirida, a experiência do presidente Lula, do ministro Wellington Dias, toda a governança brasileira, neste momento, dá a certeza de que vamos conseguir vencer esse desafio de novo. E os programas que serão anunciados hoje aqui e que estão em implementação, vêm colaborar com isso, porque afinal de contas, é da agricultura familiar, é da pequena propriedade, que saem 80% do alimento que chega na mesa das pessoas”, afirmou o ministro.
Leia mais: Embrapa abre concurso com 1.027 vagas e salários de até R$ 12 mil