O cooperativismo voltou ao centro das discussões sobre o desenvolvimento do Brasil durante o seminário realizado nesta quinta-feira (10.04), na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. O evento, promovido pelo banco em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), reuniu representantes do governo Lula e do setor produtivo para debater estratégias de fortalecimento do modelo cooperativo, que responde por metade da produção de alimentos do país.
Com a presença de autoridades do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o encontro abordou tanto os desafios do cooperativismo de crédito quanto os caminhos para impulsionar a produção agroindustrial com foco na sustentabilidade.
Representando o ministro Carlos Fávaro, o assessor especial Carlos Augustin destacou o papel das cooperativas no financiamento agrícola e reforçou a parceria entre o Mapa e o BNDES. Ele também citou a nova linha de crédito em dólar do Plano Safra 2024/25 como uma alternativa para estimular a produção diante de um cenário econômico desafiador.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, defendeu que o banco assuma um papel mais ativo no apoio ao cooperativismo. Segundo ele, as cooperativas não apenas facilitam o acesso ao crédito, como também estruturam a produção, garantem assistência técnica e fortalecem a economia local. Em 2024, as cooperativas de crédito responderam por 34% das operações de repasse aprovadas pelo banco.
Já o presidente da OCB, Márcio Freitas, apontou a sustentabilidade como um diferencial competitivo do modelo. “Sustentabilidade não é custo, é valor agregado. Está no DNA do cooperativismo”, afirmou.
Durante os painéis temáticos, o secretário Pedro Neto, do Mapa, apresentou as principais ações do governo para o setor, como o Passaporte Agro — que aproxima cooperativas do mercado internacional — e programas voltados à recuperação de pastagens e à produção sustentável, como o Plano ABC+.
O seminário também destacou o papel estratégico das mais de 1.100 cooperativas agropecuárias brasileiras e reforçou a intenção do governo de ampliar a presença do modelo no Norte e Nordeste do país. (Com Gov.br)
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