Mato Grosso está prestes a colher a maior safra de soja de sua história. Segundo dados do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a produção para a safra 2024/25 foi projetada em 49,62 milhões de toneladas, um aumento de 5,22% em relação à estimativa do mês passado. Esse recorde é impulsionado pelo crescimento da produtividade, que alcançou 65,31 sacas por hectare, o maior rendimento da série histórica.
Apesar do cenário positivo na produção, os desafios logísticos continuam sendo um entrave para o escoamento da safra. O atraso na colheita devido ao excesso de chuvas em algumas regiões já impactou o ritmo dos embarques, especialmente para a China, principal destino da soja mato-grossense. O Imea aponta que a estimativa de exportação é de 30,88 milhões de toneladas, um aumento de 4,57%, mas o setor produtivo teme gargalos logísticos que possam comprometer a fluidez dos envios.
A infraestrutura rodoviária do estado é um dos principais pontos de preocupação. Boa parte da safra ainda depende do transporte por caminhões em rodovias que, em muitos trechos, sofrem com falta de manutenção, buracos e atoleiros, especialmente em períodos chuvosos. Além disso, o aumento da produção pressiona a capacidade dos portos e corredores de exportação, como os terminais de Miritituba, no Pará, e Santos, em São Paulo.
Outro fator que pode afetar a competitividade da soja mato-grossense é o custo do frete. O preço do transporte de grãos de Sorriso (MT) para Miritituba, por exemplo, variou entre R$ 270 e R$ 353 por tonelada ao longo de fevereiro, segundo o Imea. Esse aumento impacta diretamente a rentabilidade dos produtores, que já lidam com oscilações nos preços da soja no mercado internacional.
Enquanto o estado bate recordes de produtividade, o setor produtivo reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura para garantir que a safra escoe sem grandes perdas. Projetos como a ampliação da Ferronorte e a conclusão da Ferrogrão são apontados como soluções estratégicas para reduzir a dependência do transporte rodoviário e melhorar a logística de escoamento da soja mato-grossense.
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