A Livraria Cultura teve sua falência decretada nesta quinta (9) pela Justiça. A empresa estava em processo de recuperação judicial desde 2018, em meio a uma crise do mercado editorial brasileiro.
Segundo o juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, o plano de recuperação judicial vinha sendo descumprido e a prestação de informações no processo vinha sendo feita de modo incompleto.
"É com certa tristeza que se reconhece, no campo jurídico, não ter o grupo logrado êxito na superação da sua crise", afirmou.
A lacração das lojas da empresa fica autorizada imediatamente. Depois, começa o levantamento dos ativos da empresa e a venda deles para pagar os credores.
Relembre: na época em que entrou em recuperação judicial, a Cultura declarou ter R$ 285,4 milhões em dívidas.
Altos custos de produção, queda na demanda por livros, falta de interesse por leitura e a profunda crise econômica do país desde 2014 foram apontados pela administração da livraria como os principais motivos para a derrocada financeira.
Antes da crise que atingiu o setor livreiro, a rede vinha investindo em uma política de expansão. Em 2009, um fundo de investimentos chegou a comprar participação no negócio, mas deixou a Cultura em 2016.
Em 2017, já em crise, a Cultura comprou a Estante Virtual, principal site especializado na venda de livros usados, que depois foi vendida para o Magazine Luiza em 2020, por R$ 31 milhões.
MERCADO REAGE À POSSÍVEL MUDANÇA DE META
O dólar fechou esta quinta em forte alta enquanto a Bolsa registrou baixa com o mercado reagindo a uma notícia de que o governo pretende revisar as metas de inflação.
Em números: o Ibovespa caiu 1,77%, aos 108.008 pontos, enquanto a moeda americana subiu 1,44%, a R$ 5,27.
Nos juros futuros, a reação apareceu principalmente nas altas dos contratos mais longos, como de 2025 e 2027, enquanto os de prazo mais curto caíram após a inflação de janeiro e os dados do varejo mais baixos que o esperado.
O que explica: segundo a agência Bloomberg, a equipe econômica do governo vem conversando sobre a possibilidade de subir as metas de inflação. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também seria a favor da mudança.
A ideia, segundo a Bloomberg, era alterar inclusive os alvos já definidos, caso de 2024 e 2025, em que a meta é de 3%.
Para 2023, alterar a meta de 3,25% não faria muito sentido por causa da defasagem da política monetária. Isso quer dizer que as ações tomadas hoje pelo BC, por exemplo, terão efeito maior apenas na inflação de 2024.
A decisão sobre metas de inflação cabe ao CMN (Conselho Monetário Nacional), composto pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e pelo próprio Roberto Campos Neto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já defendeu em entrevistas um alvo de 4,5%, como era em seus governos anteriores.
Mais sobre empresas da Bolsa
Assim como fizeram Santander e Itaú, o Bradesco também antecipou em seu balanço do ano passado eventual prejuízo por ser credor da Americanas.
Em resultados divulgados nesta quinta, a instituição destinou R$ 4,9 bilhões em despesas com provisões (reserva para cobrir calotes), o que fez seu lucro desabar para R$ 1,595 bilhão, uma queda de 75,9% ante 2022.
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