Em comemoração ao mês da Consciência Negra, o Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (MISC) e a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de Mato Grosso (Cojira/MT) promovem, no próximo sábado (18.11), uma edição especial da Rota da Ancestralidade e a divulgação da lista de fontes negras, elaboradas pela comissão.
A programação terá início às 7h, com concentração na sede do MISC, contará com a exibição do documentário sobre os principais pontos do centro histórico da capital, seguido do cortejo afro com intervenções artísticas, e apresentação dos membros da Cojira/MT, com o lançamento da lista de fontes negras para a imprensa mato-grossense e roda de conversa sobre a história, a cultura e o legado da população preta para a sociedade cuiabana.
O objetivo dessas ações é valorizar e resgatar a cultura do povo preto em Cuiabá. É também mostrar para a população a influência das pessoas negras na história da cidade, destacar a cultura africana nos modos do “ser cuiabano”, relembrar a formação dos povos e dar visibilidade para os saberes africanos que possibilitaram a edificação de muitas obras na capital.
Além disso, o evento também pretende, com a apresentação da Lista de Fontes Negras, mostrar o protagonismo das pessoas negras que atuam nos mais diferentes setores de Cuiabá, que são referência nas mais diversas áreas do mercado de trabalho, mas que, por vezes, por causa da invisibilidade, acabam não sendo reconhecidos e não têm espaço para divulgar suas produções de conhecimento e empreendedorismo negro.
Para Cléia Batista da Silva Melo, uma das pesquisadoras da Rota da Ancestralidade, as ações deste sábado são uma forma de reparação histórica, para provocar as pessoas para uma reflexão sobre os apagamentos históricos e sobre a presença, a luta e o trabalho do povo negro. “A Rota da Ancestralidade é um movimento que permite que as pessoas reconheçam histórias, espaços, patrimônios e monumentos de pessoas pretas, que contribuíram muito para a história de Cuiabá”, contextualiza.
O documentário produzido pela jornalista Bruna Maciel mostra os territórios que foram construídos pela população negra e que hoje compõem o centro histórico de Cuiabá. "Nosso objetivo com o documentário é explorar minuciosamente os aspectos cruciais construídos pelo povo preto e elucidar o significado desses elementos para a sociedade cuiabana. Por muito tempo, essa contribuição foi relegada ao esquecimento, mas, graças ao trabalho de pesquisa de Cristóvão Luiz para a divulgação e a demarcação, esses pontos são reconhecidos e valorizados, conquistando um espaço cada vez maior. A Rota da Ancestralidade é o reconhecimento material e imaterial do povo preto”, explica a diretora audiovisual.
Entre os convidados para as ações desse evento, estão os profissionais da imprensa da capital, que compõem a recém-criada Cojira/MT, que, neste dia, divulgarão um banco de dados de pessoas negras dos mais variados segmentos profissionais da capital. Celly Silva, da coordenação da Comissão, explica que essa ação visa contribuir com os colegas das redações da mídia cuiabana. “Nós, negros e negras, podemos dar informações sobre vários assuntos, não somente sobre racismo, mas também sobre saúde, arquitetura, tecnologia, engenharia, economia, artes, educação, segurança, música, agricultura, direito, enfim, sobre várias áreas. Essa lista de fontes negras tem como objetivo dar visibilidade às diversas pessoas negras que trabalham e estão presentes com o desenvolvimento de nossa sociedade”.
O MISC está localizado no Centro Histórico de Cuiabá, na rua 7 de setembro, nº 1, no Centro Norte. A programação tem classificação livre e é totalmente gratuita. Mais informações, pelo telefone (65) 9 9247- 4712.
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