O deputado federal Zeca Dirceu (PT/PR), com a bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma notícia-crime nesta quarta-feira( 23.03), contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, e o ministro da Educação, Milton Ribeiro, por conta do escândalo de favorecimento na liberação de verbas públicas do Ministério da Educação para prefeituras.
O caso ganhou repercussão após o jornal Folha de São Paulo publicar reportagem e um áudio do ministro da educação, em uma reunião com prefeitos, onde ele confessa que prioriza a liberação de verbas do ministério a pedidos de verba intermediados pelos pastores Gilmar Silva dos Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade.
No áudio, o ministro afirma ainda que tal ato ilícito foi um “pedido especial que o presidente da República fez” sobre a questão dos pastores. Um dos pastores, que controlam o gabinete paralelo do MEC, afirmou ainda que a contrapartida poderia ser em dinheiro ou em ouro.
Segundo Zeca Dirceu, os áudios estão nítidos e comprovam um ato imoral e criminoso de corrupção. “É extremante trágico o que está acontecendo na educação do nosso país. Esse áudio que vazou é assombroso. Nós já sabíamos que o MEC não seguia os objetivos e necessidades dos estudantes, professores, e daqueles que vivem da educação, mas agora foi revelado que o Ministério atende critérios de ordem pessoal, que vão contra a Constituição. Destinando obras de construção de escolas e creches com o critério da indicação de pastores, que exigem o apoio financeiro, é inaceitável, um absurdo. Nós vamos buscar punir o ministro da educação e interromper a liberação de recursos por esse critério”, afirmou o deputado federal.
Ainda, conforme o parlamentar, essas ações de corrupção acabam manchando a imagem das igrejas sérias. “Existem muitas igrejas boas e com bons pastores, e por conta desses dois, que misturam religião com a coisa pública, muitas congregações ficam manchadas. É inaceitável”, concluiu Zeca Dirceu.
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