O prefeito de Várzea Grande, Walace Guimarães (PMDB) priorizou quitar o salário do mês de dezembro do ano passado aos servidores municipais e deixar janeiro para o mês seguinte. No entanto, o prefeito depende financeiramente de mais da metade de recursos federais para conseguir quitar a folha, orçada em R$ 12,2 milhões.
Segundo o prefeito, o município tem em caixa hoje, R$ 6 milhões, isso sem pagar nenhuma despesa de janeiro, como combustível. Desse total, R$ 1,2 é de recurso próprio, R$ 2,2 é da folha de pagamento destinada a área da Educação e R$ 2,5 destinada a Saúde.
Em entrevista ao programa Chamada Geral, na quarta-feira (23.01), o prefeito afirmou que está preocupado se conseguirá pagar folha atrasada de dezembro e a de janeiro até o fechamento desse mês. Walace disse que para quitar uma das folhas (dezembro ou janeiro) ele dependerá de envio de recursos federais, como a do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e Fundo de participação dos municípios. Ele citou ainda, que tais recursos precisam ser creditados na conta da prefeitura nestes sete dias restantes do mês, para assim, garantir a quitação de pelo menos uma folha de pagamento.
“Peguei a prefeitura com a folha de dezembro e metade do décimo terceiro atrasados. Estou trabalhando em janeiro preocupado se vou conseguir pagar ou dezembro ou janeiro. Se eu tivesse que pagar a folha de pagamento hoje, dia 23, diria que não tenho dinheiro para pagar nem a folha de janeiro, nem a dezembro. Mas, é lógico que ainda tem recursos que estão para entrar nesses sete dias restantes para o fim do mês, como o Fundeb 40, Fundeb 60 e alguns recursos federais que por ventura ainda podem cair, como uma parcela do FPM” disse Walace, destacando que pegou uma Prefeitura com uma receita pífia, uma folha altíssima e uma dívida de 406 milhões, “inadimplentes sobre todos os aspectos imagináveis” completou.
De acordo com Walace, de R$ 12,2 milhões da folha de dezembro, R$ 7,6 milhões são dos funcionários efetivos, o restante, aproximadamente R$ 4,6 milhões são de servidores comissionados e contratados. Já a folha de janeiro, após as exonerações em massa na gestão do ex-prefeito por 60 dias Maninho de Barros (PSD), conforme o atual prefeito está orçada em 10 milhões.
Dívidas: Não é novidade que Várzea Grande está inadimplente em todos os aspectos. Para tirar a cidade dessa situação, Walace Guimarães terá que resolver o problema da arrecadação do município e negociar as dívidas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do Instituto de Seguridade Social dos Servidores do município (Previvag), que juntas somam 64 milhões.
“A realidade é que se dependêssemos de orientação não estaria essa calamidade pública, o principal problema está ligado a arrecadação, arrecada muito pouco, em 2012 a receita do município chegou em torno de R$ 14 milhões ao mês, e eu peguei dezembro com uma folha de R$ 12,5 milhões, ou seja, não temos recursos para absolutamente nada” justificou.
Segundo o prefeito, a dívida do INSS, assim como a da Previvag será parcelada em 60 meses. Já a dívida da Centrais Elétricas Mato-grossense (Cemat), que está em torno de R$ 127 milhões também será renegociada.
Para o prefeito, a maior dificuldade no momento, é a dívida do Departamento de Água e Esgoto do município (DAE/VG) com a Cemat, que já chega ao montante, segundo ele de R$ 600 mil mês. Conforme Walace, pelos menos a dívida atual será negociada.
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