A greve dos médicos em Várzea Grande pode acabar somente após o carnaval, foi o que declarou a presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Elza Queiroz, ao VG Notícias. A categoria participou na última terça-feira (15.01), de uma reunião com o prefeito Walace Guimarães (PMDB) e com a secretária municipal de Saúde, Jaqueline Guimarães, para tratar sobre a paralisação que já dura mais de sete meses.
Segundo a sindicalista, o prefeito argumentou que precisa de um prazo de aproximadamente 30 dias para poder analisar a questão, devido ao estado crítico que a cidade se encontra, principalmente em relação ao atraso de salários do setor, referente ao mês de dezembro e o 13° salário. Uma reunião já está marcada para o dia 18 de fevereiro para voltar a discutir sobre o assunto.
“Ele pediu 30 dias para analisar a nossa proposta para colocarmos o fim da greve. Nesse tempo, ele disse que vai avaliar qual é arrecadação do município, para depois nos fazer uma contraproposta, podendo colocar um fim na paralisação”, disse Elza.
De acordo a sindicalista, o peemedebista revelou que não está conseguindo pagar nem os fornecedores de produtos e de medicamentos do setor da Saúde, que estão há três meses sem receber. Conforme Elza, os médicos contratados também estão sem receber os salários há três meses, o que complica ainda mais a situação da área.
Walace argumentou durante a reunião, que pegou a prefeitura com um caixa zerado e que por enquanto, em relação à parte salarial, não teria como efetuar o pagamento de salários referente a dezembro e nem como pagar o restante do 13° - já que a classe recebeu apenas 1/3 do valor.
Para tentar solucionar o problema da Saúde no município, a categoria, segundo Elza, propôs para o prefeito que ele determinasse que as policlínicas funcionassem 24 horas para atender a população, como também conversar com Silval Barbosa (PMDB), para que abrisse as portas do Hospital Metropolitano, assim desafogaria o Pronto-Socorro. No entanto, o peemedebista não aceitou a solução apresentada pela classe.
“Nós colocamos como solução para ele amenizar o problema da saúde, deixar as policlínicas abertas 24 horas e abrir as portas do Hospital Metropolitano, mas ele não acatou a sugestão e disse que não era viável neste momento fazer estes procedimentos. Ele disse que para desafogar o Pronto-Socorro, vai construir duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), sendo uma daqui a um ano”, relatou a presidente do Sindimed.
Ainda, conforme Elza, Walace disse que “a situação está tão caótica que a greve dos médicos, não está fazendo diferença no atendimento no Pronto-Socorro”.
Outra alternativa apresentada pelo sindicato ao prefeito, foi para ele decretar estado de calamidade na cidade, podendo assim ,conseguir recursos do Estado e da União, para resolver o problema do município, principalmente a questão financeira. Novamente, o peemedebista não aceitou a proposta, sob argumento de que não seria viável, pelo fato da situação de inadimplência do município.
Elza ainda declarou: “Não vimos expectativa de melhoria e nem de mudanças, mas vamos tentar buscar soluções para chegarmos a um acordo. Nem a população, nem nós (a classe médica), podemos pagar pelo descaso do poder, temos que mudar isso e conseguir um caminho para por um fim ao caos na saúde, caso contrário, a greve vai continuar”, avisou a sindicalista.
Proposta de acordo – Na proposta apresentada ao prefeito, a categoria daria um prazo de 30 dias, para que Walace cumprisse quatro exigências. As exigências seriam condições mínimas de trabalho, colocar a gratificação salarial em dia, segurança nas unidades de saúde e realização de mutirões para acabar com as filas de exames e consultas com especialistas.
A mesma proposta foi apresentada ao prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), que aceitou o acordo e desde 1° de janeiro o atendimento está ocorrendo normalmente na Capital.
Greve geral - A situação da saúde pode vir a piorar nos próximos dias. Nesta sexta-feira (18.01) o sindicato dos enfermeiros tem uma reunião com o prefeito para tratar de algumas reivindicações da categoria, como questão salarial.
Caso Walace não apresente nenhuma alternativa viável para a classe, a categoria garantiu que deve “cruzar” os braços, assim como os médicos, no município, prejudicando ainda mais o atendimento nas unidades de saúde da cidade.
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