O clima ficou tenso na manhã desta terça-feira (07.08) na Câmara de Vereadores de Cuiabá, tudo por causa da ação do Ministério Público Estadual e Federal, que visa à suspensão imediata do contrato para a construção do VLT (Veículo Leve sobre Trilho) na Capital.
A ação civil pública foi proposta na sexta-feira (03.08) por promotores de Justiça e procuradores da República que integram o Grupo Especial de Fiscalização do Planejamento e Execução da Copa do Mundo de Futebol 2014 (Geacopa 2014).
O vereador Francisco Vuolo (PR), disse que a anulação do contrato do VLT, é apenas uma forma de tumultuar o processo, que em sua visão está totalmente legal. Ele colocou que com essa atitude, os Ministérios Públicos, estarão apenas atrapalhando o progresso como um todo, além de prejudicar com essa ação a sociedade, a cidade, o turismo em si.
“VLT é uma obra muito importante para Cuiabá e essa postura do Ministério Público só causa atrasos para o desenvolvimento do município, e é sem dúvida um prejuízo para a população”, disparou Vuolo.
O republicano expressou que o VLT é uma necessidade para a sociedade, que vem encontrando problemas no transporte coletivo tanto na Capital quanto de Várzea Grande, e que a vinda do veículo trará uma melhora na qualidade do transporte. “O VLT é uma necessidade e uma oportunidade de promover mudanças e melhorias na mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande”, relatou o vereador.
Vuolo ainda garantiu, que caso o andamento do VLT seja interrompido, não existe qualquer possibilidade de direcionar os recursos oriundos para implantação do veículo, para outros setores como a saúde, educação ou para outra obra de mobilidade urbana. Com isso o Estado perderá o recurso disponível para construção do modal.
A ação - A ação em conjunta dos Ministérios Públicos identificou uma série de irregularidades entre elas estão: a escolha do modal de transporte público e o estudo de viabilidade adequado.
De acordo com informações contidas na ação civil pública, a própria Agecopa reconheceu, em um documento encaminhado ao Ministério das Cidades, que o custo de implantação do VLT é superior ao dobro do custo de implantação do BRT. “Enquanto o BRT custaria aos cofres públicos aproximadamente R$ 323,89 milhões, o VTL conforme publicação no Diário Oficial do Estado custará o montante de mais R$ 1,4 bilhões, equivalente a quatro vezes o valor inicialmente orçado para o BRT”.
Segundo os autores da ação, os problemas também aparecem nos custos operacionais, enquanto o BRT é projetado em R$ 3,73 por km, o VLT sairá pelo valor de R$16,66. “O custo operacional do BRT, por ano, é estimado em R$42.392.712 milhões, enquanto que o custo operacional anual do VLT é estimado em R$ 65.724.582 milhões”.
Outro dado apontado como desfavorável para a escolha do VLT como modal de transporte público diz respeito à recuperação do investimento inicial. “O capital investido pelo Estado de Mato Grosso, de quase R$1,5 bilhão, está sendo feito a fundo perdido”. O ônus desse custo foi reconhecido, em diversas oportunidades, pelos gestores responsáveis pela escolha do modal que afirmaram que o custo operacional do VLT, por ser alto, terá de ser subsidiado pelo governo.
Entre no grupo do VGNotícias no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).