Vereadores da Câmara de Várzea Grande, na sessão ordinária desta terça-feira (11.04), discutiram na tribuna sobre a falta de segurança pública nas escolas municipais e estaduais.
Os parlamentares apontaram diversas medidas que precisam ser tomadas com urgência para haver seguranças nas unidades escolares, como, por exemplo, projetos e palestras anti-bullying e sobre saúde mental, monitoramento de acesso das redes sociais, conversas em casa com os pais e policiais nas entradas das escolas, porém, nenhum projeto de prevenção foi apresentado pelos edis durante a sessão. Também foi questionada a quantidade de policiais efetivos da Guarda Municipal.
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A vereadora Gisa Barros (União) questionou o prefeito de Várzea Grande, Kalil Baracat (MDB), e o secretário de Educação, Silvio Fidelis, que não se posicionaram sobre as medidas que irão tomar para a segurança dos estudantes várzea-grandenses.
“Antes de ser vereadora, eu sou mãe. É preocupante o que vem acontecendo no Brasil, em cada época é em uma região, e a última foi em Blumenau. Nossas crianças não têm discernimento o suficiente para se autoproteger, e nem força. Como ficam nossos filhos nas unidades escolares que não tem, sequer, um guarda na porta? Temos que cobrar essa posição do nosso prefeito e do nosso secretário de Educação, porque nós precisamos de um plano de estratégia para agora”, disse.
Gisa também afirmou que além das escolas municipais, também é preciso um posicionamento do Governo do Estado diante das escolas estaduais, e que entre todas as unidades educacionais, somente a escola militar tem uma segurança válida. “Também temos que pensar em escolas estaduais. Meu filho estuda em uma que é militar, e lá tem policiamento o dia inteiro com agente de pátio, o que nas demais não tem”, continuou.
A vereadora professora Eucaris Arruda (MDB), disse que como professora vê a dificuldade de implantar as medidas nas unidades escolares, porque a lei favorece o aluno. Eucaris citou como exemplo a lei que proíbe professores de olharem e mexerem nos materiais pessoais dos alunos.
“A polícia não vai ficar plantada o dia inteiro nas portas das escolas para cuidar, e nós, professores, não podemos mexer na bolsa dos alunos, pois existe uma lei que proíbe essa ação. Como nós vamos adivinhar que essa criança, que esse adolescente está levando uma arma? Como um policial vai fazer isso? Nós sabemos que precisamos de investimento na segurança pública, mas nós também temos que pensar enquanto pais”, questionou.
A parlamentar também mencionou que é preciso que os pais tirem um tempo para conversar e dar atenção para seu filho, pois, segundo ela, a rede social educa as crianças de forma mais eficaz do que os próprios pais. Segundo ela, precisa existir interesse por parte dos pais para se integrarem e participarem da vida dos filhos, e entender o que se passa na cabeça deles, pois esse papel é fundamental.
“Os pais e mães precisam ter mais tempo para os filhos. Dar uma palavra de carinho, conversar com ele, mostrar o que é certo e o que é errado. Temos que pensar para resolver essa situação que está acontecendo hoje, pois, é mais fácil a rede social educar o filho, do que o pai e a mãe, porque não gastam tempo com o filho. Acontece muito de a escola chamar a mãe ou pai para conversar e eles falarem que não tem tempo”, disse.
Eucaris também explicou que os professores, por muitas vezes, fazem o papel de pai, mãe e até de policial. Ela menciona que precisam educar os alunos nas unidades escolares por não haver esse compromisso e interesse por parte dos pais, ou, que muitas vezes, precisam trabalhar e não conseguem exercer esse papel da forma como deveria. “Os professores fazem o papel de pai, mãe, polícia, e não tem o dever de educar, e sim de instruir”.
O vereador Pablo Pereira (União) destacou a falta de efetivos da Guarda Municipal que podem estar disponíveis para fazer a ronda fixa nas escolas, caso a medida tomada seja essa. Conforme ele, a GM irá passar, mas não poderá ficar o dia inteiro fazendo a segurança das unidades escolares, e por esse motivo, é preciso pensar em investimentos nos policiais efetivos e nos equipamentos.
“Nós temos que ter a segurança fixa nas escolas, porque a ronda da Guarda Municipal vai passar, mas não pode ficar ali o dia todo. E nós também não temos um efetivo da GM suficiente para fazer esse trabalho. Precisamos desse investimento”, disse.
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