A vereadora Edna Sampaio (PT) afirmou em entrevista à imprensa, nesta terça-feira (19.09), que irá pedir o afastamento do presidente da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania) por pré-julgamento, no processo em que ela é investigada por suposto desvio da verba indenizatória destinada à chefia do Gabinete. Segundo Edna, “em uma das coisas mais absurdas já vista”, a Comissão encaminhou dois dias após notificar a defesa, o relatório já com a resolução para cassação.
“A defesa fará esse pedido e vamos protocolar de forma administrativa na Comissão, eu espero que esse pedido seja acatado. Vou mostrar os vídeos do vereador Rodrigo me atacando aqui em Plenário, para vocês terem uma noção do que significa ter um inimigo público conduzindo um processo de Ética contra mim, sem me permitir produzir qualquer prova”, declarou a vereadora afirmando que foi impedida de apresentar provas.
A defesa da vereadora chegou a acionar a Justiça, para que suas testemunhas sejam ouvidas, contudo, uma decisão de sexta-feira (15) do juiz Agamenon Alcântara, da Terceira Vara Cível de Cuiabá, determinou a realização das oitivas de testemunhas de defesa arroladas pela parlamentar.
À imprensa, Edna Sampaio externou sua indignação por não ter nem o rito da Casa respeitado. Segundo ela, não aceitará injustiça e não medirá esforços contra qualquer abuso de autoridade. “Eu não posso ser acusada sem que as pessoas que estão me acusando produzam qualquer prova. Que isso? Eu sou uma cidadã de segunda categoria, sou uma vereadora menor? Uma vereadora com status de sub vereadora, que não tem nem o rito da Casa obedecido para poder fazer meu julgamento, nenhum processo legal justo, para eu poder provar minha inocência!”, exaltou.
A vereadora destacou que como servidora pública “nunca” teve um processo de corrupção e agora enfrenta uma acusação de prática de rachadinha em seu gabinete, por ter implementando o uso VI do chefe de gabinete para despesas do mandato, o formato da gestão é chamado pela vereadora de “mandato coletivo”.
“Sou mãe de família e estou sendo tratada como uma marginal, como alguém que foi ali e assaltou a bolsa de alguém. Isso é um absurdo! Sou uma mulher que vim para cá, para fazer política e não fazer esse tipo de baixaria que está sendo feito comigo”
Quanto ao inquérito do Ministério Público, Edna Sampaio afirmou que tem muita tranquilidade em relação à investigação. “O inquérito é um instrumento necessário, o MP fez várias diligencias, perguntas, encaminhamos todas as provas, relatórios, extratos de contas e qual a fala do promotor: é que não há nenhuma prova, de que algo ilícito, de que há algum crime cometido por mim.”
Manifestação - O presidente da Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá, Rodrigo Arruda e Sá (Cidadania) negou qualquer tipo de pré-julgamento e garantiu que Edna terá todo espaço para defesa. Ele afirmou que, com a emissão do relatório também é preciso emitir o projeto de resolução, conforme previsto no Regimento Interno.
“A vereadora Edna arrolou mais quatro testemunhas para serem ouvidas, e, provavelmente será oportunizada a oitiva das testemunhas, se alguma delas, provar a inocência, o relatório e o projeto de resolução. (...) Mesmo que a Comissão de Ética mude o relatório, quem vai tomar a decisão pela perda do mandato ou não será o Plenário, são os vereadores. Ela ainda terá o direito e o tempo de defesa no Plenário”, declarou.
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