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Política Quarta-feira, 05 de Maio de 2021, 09:20 - A | A

Quarta-feira, 05 de Maio de 2021, 09h:20 - A | A

CPI da Covid-19:

Teich diz que deixou cargo por perceber que não tinha autonomia e “desqualifica” Pazuello

Teich diz que pediu demissão diante do desejo do governo de ampliação do uso da cloroquina

Lucione Nazareth/VGN

Reprodução

vgnotícias_Nelson Teich depoimento CPI da Covid

Teich diz que pediu demissão diante do desejo do governo de ampliação do uso da cloroquina

 

Atualizada às 15h40- O ex-ministro da Saúde Nelson Teich prestou depoimento nesta quarta-feira (05.05) na Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado (CPI da Covid) por quase seis horas. 

Teich afirmou que durante a sua gestão não existia vacina sendo comercializado para combate ao Covid-19, mas que o seu foco era acompanhar os imunizantes que estavam sendo produzidas no mundo. “Não tinha naquela época qualquer vacina sendo comercializada, mas estávamos acompanhando a produção e estudos técnicos dos imunizantes que estavam sendo produzidos pelo mundo”, disse.

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Ele disse desconhecer que o laboratório químico do Exército estava produzindo cloroquina para tratamento do vírus, e que jamais foi consultado sobre o medicamento, assim como não orientou qualquer uso por parte dos Estados e municípios.

“Quando estive na gestão não se fala de cloroquina. Faltava respiradores e insumos, mas não falávamos de cloroquina. Eu desconheço também se houve produção de cloroquina para população indígena. A máquina é muito grande e pode ter ocorrido isso, mas desconheço. Por mim não recomendaria a cloroquina”, declarou o médico afirmando ser contrário a recomendação do medicamento por não existir estudos clínicos e científicos que demonstram eficácia dele no tratamento da doença.

O ex-ministro contou que na época estava preocupado com o uso do medicamento em decorrência dos riscos aos pacientes e por isso não apoiava o uso no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nelson confirmou que foi o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que indicou o general Eduardo Pazuello como secretário-executivo do Ministério da Saúde. “Mas, isso não significava que ele continuaria no cargo caso seguisse no Ministério. Eu que atribuía a competência a ele. O Pazuello ficou responsável pela distribuição de EPI’s e respiradores aos Estados e municípios, até porque tinha experiência para trabalhar em operações complexas como era naquele momento. Era um momento complexo e delicado da pandemia”, enfatizou.

Apesar disso, ele disse que Eduardo Pazuello não seria o melhor nome para sucedê-lo no comando do Ministério da Saúde naquele momento da pandemia. “Na posição de ministro de Saúde, acho que deveria ter uma pessoa com maior qualidade em gestão de Saúde. Ele não tinha”, alfinetou.

Nelson voltou afirmar que deixou o Governo porque não tinha autonomia no Ministério da Saúde e por não concordar com a recomendação do uso da cloroquina sem qualquer comprovação científica de sua eficácia.

Ele afirmou desconhecer “comissão paralela” que aconselhava Bolsonaro sobre medidas e ações no combate a pandemia, como também sobre o uso da cloroquina.   

O ex-ministro declarou que a Economia e Saúde deveria ter sido tratado do mesmo nível de importância (pessoas), e que tinha ideia de um Programa Nacional de isolamento social para articular planos de ações nos Estados e municípios neste sentido de forma “harmônica e homogênea”. “Tínhamos que salvar vidas. Não podemos tratar Saúde e Economia de forma diferenciada. Tem que ser no mesmo grau de importância”.

Ele negou qualquer interferência ou participação dos filhos do presidente em reuniões ou recomendações no Ministério da Saúde ou sobre ações do Governo.

Sobre o colapso na Saúde em Manaus, o médico afirmou que faltou informação em tempo real dos dados da pandemia na cidade, e que apenas isso poderia ter evitado o grande número de mortes.

O médico disse que qualquer uso indevido do dinheiro público, principalmente na Saúde, é prejudicial para a sociedade e que a comprovação vai depender do levantamento de dados – evitando comentar casos específicos citado por senadores.  

Conforme ele, a busca por “imunidade de rebanho” fracassou em todos os lugares onde foi adotada. “Imunidade vem da vacinação, e só. Devemos buscar a vacinação”, afirmou. Imunidade de rebanho é uma técnica de imunização em que uma determinada parcela da população se torna imune a uma doença, ou seja, desenvolvem anticorpos contra o agente causador da doença (pessoas imunizadas acabam agindo como uma barreira, protegendo toda a população, mesmo aqueles que ainda não são imunes).

Nesse sentido, Teich defendeu que o país se planeje para comprar vacinas que ainda estão em teste, algumas em “fase 3”, afirmando que elas podem ser as melhores opções no futuro.

Sobre hospitais de campanha, o ex-ministro disse que houve falta de liderança e de coordenação estrutural no SUS e que isso levou a desativação destas “unidades temporárias” em diversas cidades no final de 2020.

 
 

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