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Política Sexta-feira, 16 de Fevereiro de 2018, 10:11 - A | A

Sexta-feira, 16 de Fevereiro de 2018, 10h:11 - A | A

CPI do Paletó

Sílvio afirma que Emanuel recebeu propina e que vídeo de Alan Zanatta foi distorcido

Lucione Nazareth/ VG Notícias

 

O ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio César Corrêa, reafirmou nesta sexta-feira (16.02) que o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), recebeu propina do ex-governador Silval Barbosa na época em que ele era deputado estadual.

“O dinheiro que passei ao então deputado Emanuel Pinheiro era de propina, não é de pesquisa, não é de nada. O dinheiro é de propina”, declarou Sílvio em depoimento prestado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) - CPI do Paletó -, que apura a suposta quebra de decoro e obstrução da Justiça por parte do prefeito de Cuiabá.

Sílvio foi o responsável por gravar o prefeito Emanuel Pinheiro recebendo maços de dinheiro e os colocando no paletó. As imagens vieram à tona a partir do acordo de delação premiada de Sílvio Corrêa, firmado com a Procuradoria-Geral da República.

Sílvio disse na CPI que na época do pagamento de propina, Pinheiro e alguns deputados tinham a receber cerca de R$ 600 mil. Segundo ele, os pagamentos sempre foram feitos no seu gabinete no Palácio Paiaguás e na Assembleia Legislativa.

“Na época eu realizei cerca de 10 pagamentos de R$ 50 mil. Alguns pagamentos não foram gravados e quase todos foram feitos em espécie. Grande parte dos pagamentos foi feito no meu gabinete, e algumas vezes eu levei o dinheiro na Assembleia e deixei com deputado Romoaldo e Mauro Savi fazer os pagamentos”, relatou Sílvio.

O ex-chefe de gabinete afirmou que as imagens não foram deturpadas para constranger ou “manchar” imagem de político e sim registrar o recebimento de propina dos deputados. “No momento eu era muito pressionado, e por isso decidir gravar os deputados”.

Sobre a gravação do ex-secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Alan Zanata, no qual Sílvio Corrêa alegou que o pagamento feito a Emanuel Pinheiro era de pesquisa eleitoral, o ex-chefe de gabinete declarou: “Não tem como ele falar que era de pesquisa. Ele sabia que era de propina”.

Atualizada às 10h25 - O ex-chefe de gabinete em depoimento afirmou que todas as propinas pagas ao prefeito vieram da cobrança de propina que o Estado realizava dos empresários ligados às obras do programa MT Integrado, que à época era divulgado pelo governo como o maior programa de infraestrutura do Estado, com a aplicação de R$ 1,5 bilhão para a pavimentação de 2 mil km de estradas estaduais.

Sobre a relação com Silval, Silvio disse que Emanuel Pinheiro apenas tinha uma relação institucional com o ex-governador “apoiando” e “aprovando” na Assembleia Legislativa projetos de interesse do então do governador.

“O Emanuel não cobrava o pagamento de propina. Mas, ele pressionava sempre que ocorria atrasos nos pagamentos” disse.

Ele ainda negou a declaração do servidor da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Valdecir Cardoso de Almeida (responsável por instalar a câmera que gravou Pinheiro), de que o dinheiro recebido por Pinheiro de Sílvio era para pagamento de pesquisa eleitoral.

“Aquela gravação foi em 2013. O dinheiro era para pagamento de propina, e não de pesquisa. A pesquisa foi 2014. Então não tem pesquisa”.

Atualizada às 10h40 - Ele declarou que o ex-secretário estadual de Planejamento, Valdísio Juliano Viriato, tinha conhecimento sobre os pagamentos de propinas aos deputados estaduais.

No depoimento, Sílvio revelou que recebeu R$ 5.700,00 do ex-secretário Alan Zanatta como “ajuda de custo” após deixar a prisão, mas que não efetuou o pagamento da “ajuda”. Além disso, ele disse que não sabia que o ex-secretário tinha o gravado e afirmou que o vídeo gravado foi distorcido quando foi divulgado na mídia.

“Eu não sabia que ele tinha me gravado. Mas, fiquei esperando a divulgação da gravação foi porque sabia que não dito nada demais. O vídeo foi distorcido sobre o que eu fiz, do garimpo que eu tinha porque eu não tinha; e sobre o pagamento de indenização do Estado”, declarou Sílvio.

Sílvio revelou que não teve nenhum contato com Emanuel Pinheiro após deixar cadeia, e nem sofreu qualquer pressão do gestor ou de pessoas ligadas a ele.

Atualizada às 11h30 - No depoimento, Silvio não respondeu se considera Emanuel Pinheiro criminoso por receber propina do ex-governador. Além disso, negou ter solicitado pesquisa eleitoral ao Mark Instituto de Pesquisa de propriedade de Marco Polo de Freitas Pinheiro (Popó), irmão do prefeito Emanuel Pinheiro.

“Nunca contratei pesquisa. Quem contratava pesquisa era a equipe de campanha ou próprio governador Silval. Eu apenas entreguei cheques ao Popó porque tinha que colocar o pessoal na rua. Mas, contratei a pesquisa”, disse.

Após duas horas de depoimento chega ao final o depoimento do ex-chefe de gabinete de Silval, Sílvio César Corrêa na CPI do Paletó.

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