O ex-governador Silval Barbosa reiterou à Polícia Federal, em seu depoimento - o que já havia declarado em colaboração premiada à Procuradoria Geral da República (PGR) – quanto à extorsão que teria sofrido por parte dos cinco conselheiros afastados do Tribunal de Contas do Estado (TCE), durante sua gestão à frente do Governo de Mato Grosso. Os conselheiros seriam os ex-deputado Sérgio Ricardo, Antônio Joaquim, Valter Albano, Waldir Teis e José Carlos Novelli.
Os conselheiros foram afastados por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, em setembro de 2017, a pedido da PGR, durante a Operação Malebolge, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
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Silval afirmou a Justiça Federal, que aceitou pressões e chantagens dos conselheiros – por ser uma gestão atípica - por conta de ter assinado um contrato com a FIFA, para execução das obras da Copa do Mundo em 2014, com prazo determinado.
“Na Copa do Mundo eu entendia que fizemos um contrato com a Fifa para realizar as obras. Fizemos um compromisso com Mato Grosso, com o Brasil e com o mundo, nós tínhamos um prazo determinado. Só eu sei o que passei com estes cinco conselheiros, com as chantagens e extorsões para realizar estas obras da Copa aqui”, declarou Silval.
Ele disse que enquanto não cedeu as chantagens e fez um acordo de R$ 53 milhões com os conselheiros – para realizar as obras - não conseguia realizar - e quando, segundo ele, atrasou o pagamento (suposta propina) – os conselheiros chegaram a suspender as obras do Mato Grosso Integrado.
“Era uma coisa horrível, podre. Hoje me sinto confortável de estar colaborando com a Justiça para ver se isso acaba. Eu não acredito que todos os relatórios podem ter assim, um cunho de intenção propositada de trancar as obras pra mim ceder, mas na sua maioria sim. Não por parte dos servidores, porque ali minha conversa era com os conselheiros”, ressaltou.
Além do acordo de colaboração premiada de Silval Barbosa, incriminando os cinco conselheiros, o ex-chefe da Casa Civil de Silval, Pedro Nadaf, também revelou ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), a participação dos cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, no esquema de propina na gestão do ex-governador Silval Barbosa, conforme o otícias havia antecipado.
Nadaf revelou ainda, a forma como foram pagos em 2013, o conselheiro José Carlos Novelli, à época presidente do TCE. Ainda segundo Nadaf, Novelli o procurou oferecendo vantagens no tocante a diversas situações do governo que envolvia uma soma vultosa de valores e que estavam sob fiscalização do Tribunal, como por exemplo, obras da copa do mundo em 2014, os incentivos fiscais, o Programa MT Integrado, as obras em andamento das Secretarias de Estado como um todo e até a aprovação de contas do Executivo Estadual em troca de pagamentos de propinas para a corte de Contas.
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