A 11 meses para a escolha de novos representantes, deputados federais e senadores passam constrangimento por não conseguir viabilizar a promessa de asfaltar a rodovia federalizada - a BR-174, que compreende seis municípios de Mato Grosso: Juruena, Cotriguaçu, Castanheira, Colniza, Aripuanã e Juína.
Um dos aliados cobrado pela população de Juína (a 737 km de Cuiabá), em julho deste ano, foi o deputado federal Nelson Barbudo (PSL). Na ocasião, o deputado bolsonarista culpou "órgãos com elementos de esquerda” por não pavimentar BR-174. “A má vontade de certos órgãos que ainda tem elementos da esquerda, que querem atrapalhar o bom trabalho que o Governo vem fazendo.”
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Um mês depois a bancada mato-grossense se reuniu e apresentou junto ao governador Mauro Mendes (DEM) um pedido ao Governo Federal para estadualizar a BR-174, que permitirá realizar o “sonho” dos motoristas e produtores rurais, esperados há mais de 10 anos.
Entretanto, desde agosto deste ano, o pedido considerado “um presente” a gestão do presidente da Jair Bolsonaro (PL), uma vez que irá economizar R$ 900 milhões, foi “engavetado” e segue sem nenhuma resposta do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
“Nós apresentamos o pleito, a Secretaria está conversando com o Dnit. Temos interesse em transformar a BR-174 em MT para resolver o problema da população, acreditamos que será a melhor forma de ali ter obra, mas por enquanto ela continua sendo a BR, e de responsabilidade do Governo Federal”, declarou Mendes.
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Um dos fatores apontados pela inércia do Governo Federal – em não executar a obra e não “liberar” a estadualização para que o Governo de Mato Grosso a execute - , também implica por razões políticas, uma vez que, assinará o atestado de incompetência do ministro de Infraestrutura Tarcísio de Freitas, que ensaiou disputar por Mato Grosso, por Goiás e agora discute uma candidatura para governador de São Paulo, na chapa do presidente Jair Bolsonaro.
Outro aliado que “se gaba” por defender as pautas do presidente em Brasília, o deputado federal Neri Geller (PP) não poupou críticas pela inércia. Geller afirmou recentemente em entrevista à imprensa que o ministro Tarcísio está fazendo "birra" e não libera a estadualização já prevendo um desgaste político.
Já o senador da República Jayme Campos (DEM) – que sempre apresenta um perfil crítico – evitou polemizar contra o Governo Jair Bolsonaro, somente lamentou a falta de resposta do Governo Federal: “Ela está federalizada, o governador Mauro Mendes fez uma proposta para que o Governo Federal a devolva para o Estado, para o Estado fazer e execução da obra. Lamentavelmente até hoje o Governo Federal, através do Dnit, ainda não devolveu, com isso nós vamos continuar tendo esse problema, por falta de mais celeridade no trabalho do próprio ministro.”
Jayme destacou que a bancada mato-grossense em Brasília se comprometeu a colocar recursos para execução da obra, bem como, detalhou o projeto estadual: “Nós da bancada nos comprometemos a colocar 50% do valor da obra. Ela custa pelo valor do Estado algo parecido em R$ 500 milhões. O Estado vai ‘botar’ R$ 250 e a bancada R$ 350 milhões, se fosse o Dnit, pelo projeto hoje custaria R$ 900 milhões. Devemos fazer uma obra resolutiva e com preço menor, a nossa plataforma da pista será menor, mas será resolutiva. O que estão preparando no Dnit é uma obra com luxo, uma obra de estrada dos Estados Unidos, não tem necessidade até porque o tráfico não é tão grande assim, mas vamos resolver”, garantiu o senador.
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