A senadora, juíza aposentada Selma Arruda (Podemos), afirmou nesta segunda-feira (23.09) que alguns “bolsonaristas” chegam a considerar o presidente Jair Bolsonaro (PSL) uma espécie de “super-herói” e atacam todos que o criticam. As declarações ocorreram em entrevista a uma Rádio da Capital.
De acordo com ela, enquanto esteve no PSL percebeu uma desorganização na sigla e um grande número de pessoas querendo mandar na legenda. “Lá tinha muito cacique para pouco índio. Existia uma falta de organização, falta de segurança dentro do partido”, disse Arruda.
Ela disse ter percebido ainda um distanciamento entre a bancada do partido no Senado com a cúpula de Bolsonaro, e um favorecimento ao DEM, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.
“Pessoas do DEM eram mais atendidas por Bolsonaro que nós do PSL. O domínio do DEM no Governo não é saudável para o país. O DEM não é base do Governo. Eles sabotam votação, falam mal do presidente, e mesmo assim tem mais acesso a ele que o pessoal do PSL. Eu tinha uma demanda da saúde de Mato Grosso e não consegui resolver porque eu não era do DEM”, pontuou a senadora.
Sobre a declaração que o “bolsonarismo é uma seita”, Selma explicou que existe três grupos de “bolsonaristas” no Brasil, sendo eles: pessoas que só votaram em Jair Bolsonaro porque não queriam que o PT ganhasse às eleições; pessoas que defendem o Governo até “debaixo d’água”, mas enquanto nada de errado for detectado no Governo – no qual Selma se inclui; e um terceiro nos quais estariam uns radicais que atacam aqueles que criticam o Governo, seja a crítica construtiva ou não.
“Existe esta seita Bolsonarista. São pessoas radicais. Isso é muito perigoso. Não se pode criticar nada que esteja sendo feito no Governo que você é traidora, etc. A gente não pode tratar nossos governantes como se fosse um super-heróis. Todos são seres humanos. Bolsonaro não é super-herói. Sérgio Moro não é super-herói. A gente não precisa se infantilizar deste jeito, para que precisamos ter um superman defendendo o Brasil”, enfatizou.
Ela afirmou ainda, que os 678.542 votos que a elegeram senadora, nem todos estão relacionados por ela estar naquela oportunidade no partido de Jair Bolsonaro. “Os outros foram pelo reconhecimento ao trabalho ao longo dos tempos. Se fosse apenas pelo apoio do Bolsonaro o então candidato a deputado federal, Victorio Galli, que até tirou foto ao lado do presidente, tinha sido eleito, mas não foi”, ponderou a parlamentar.
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