Uma ação judicial em que o governador do Estado de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), é acusado de receber propina durante o processo de privatização da Sanecap, transformada em CAB Cuiabá e depois em Águas Cuiabá, está em sigilo no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT).
A informação sobre o sigilo, revelada pelo , foi confirmada pela assessoria do TRE-MT. O processo 0600100-68.2019.6.11.0051 trata da denúncia do recebimento de R$ 1 milhão em propina, que Mauro Mendes teria angariado durante a campanha eleitoral e logo depois de assumir a Prefeitura de Cuiabá. Mendes substituiu Chico Galindo, principal articulador da privatização da Sanecap.
Na época, quem denunciou o pagamento foi o empresário Mário Queiroz Galvão, em sua delação premiada. O dono da Galvão Engenharia contou à polícia que pagou R$ 40 milhões ao então prefeito Chico Galindo por meio de contratos fictícios. Mais tarde, Galindo teria exigido mais R$ 4 milhões, que também foram pagos. Os pagamentos ocorreram em 2011, segundo a delação.
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A pedido de Ítalo Joffoly, na época presidente da CAB Cuiabá, Mário autorizou que fossem feitas duas doações à campanha de Mauro Mendes, uma em 02/10/2012 no valor de R$ 400 mil e outra em 23/10/2012 no valor de R$ 100 mil. De acordo com a polícia, as doações serviram para manter um bom andamento do contrato, caso Mauro fosse eleito.
Pedido de propina e retaliação
Depois de recém eleito, Mauro Mendes, esteve em reunião na sede da Galvão Engenheria no dia 13 de novembro de 2012. Os delatores apresentaram a agenda da região no Outlook. Na ocasião, também esteve presente no encontro Jandir Milan, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso.
Segundo a delação, Milan teria solicitado R$ 6 milhões de "contribuição" em favor de Mauro Mendes, confirmando a percepção de Mário de que sem a realização de qualquer contribuição não haveria um bom andamento do contrato.
O empresário explicou, então, que naquele momento, a empresa não tinha condições financeiras de atender à solicitação do novo prefeito.
Em fevereiro de 2013, a agência de regulação Arsec (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário de Cuiabá), ao invés de aplicar o reajuste anual do valor da tarifa previsto
no contrato (14,98%), reduziu o valor da tarifa no percentual 0,92%, o que ocasionou o desequilíbrio do contrato de concessão da CAB Cuiabá. A companhia entendeu a redução como uma espécie de "retaliação" da gestão Mendes à empresa.
Por conta disso, Italo pediu que Mário Queiroz autorizasse a realização de um repasse de R$ 500 mil para o PSB Nacional, partido de Mauro Mendes, o que foi feito pela empresa Galvão Engenharia. Em depoimento, Mario contou que além dessa doação também fes pagamentos em espécie.
Outro lado
A reportagem do tentou contato com a assessoria de imprensa do Governo para que enviasse alguma manifestação do governador, mas até o momento nenhuma resposta foi enviada.
Atualizada às 15h04 de 06/01/2025
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