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Política Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 17:38 - A | A

Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 17h:38 - A | A

GRAMPOS ILEGAIS

Presidente da OAB questiona credibilidade do MP em investigar seus promotores

Larissa Malheiros/VGNotícias

VGNotícias

LEONARDO CAMPOS

 

Depois de cinco membros de o Ministério Público pedirem para a própria Instituição investigar as denúncias contra eles, no depoimento do cabo PM, Gerson Correa, acusado de participar dos grampos ilegais em Mato Grosso, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado (OAB), Leonardo Campos, questiona qual será a credibilidade desta investigação.

“Qual a credibilidade do investigado se auto investigar. Qual a credibilidade e a isenção o investigado se auto investigar?”, questiona o presidente durante entrevista, na tarde desta sexta-feira (18) ao oticias no Ar.

Leonardo destaca a força da sociedade em cobrar da Justiça que seja feita para todos. Por isso, reforça que a OAB deve acompanhar o caso a fim de garantir que as pessoas que tiveram a vida violada, por meio dos grampos ilegais, não sejam injustiçadas. “Tenho recebido muito apoio da sociedade que tem entendido este processo, a necessidade da OAB acompanhar. Não só da OAB, mas de todos aqueles que foram vítimas dos grampos ilegais. Todos eles foram apenas uma fagulha do que foi descoberto, todos tem a legitimidade e o direito de acompanhar no Ministério Público, até para dar lisura e credibilidade”, destaca ele.

Ele ainda lembra que existe um sistema no Gaeco (Coordenadoria de Controle Externo da Atividade Policial e dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) conhecido como guardião que deve ser periciado. Mas, defende que este trabalho seja realizado pela Polícia Federal. "Por exemplo, o guardião, falou-se em uma perícia no guardião do Gaeco. Essa pericia será feita por quem? Pelo próprio Ministério Público, ou seja, eu mesmo me investigo e me pericio? Não, não!”.

O processo dos grampos em Mato Grosso teve um intervalo de quase um ano, desde que foi para Brasília, nas mãos do Superior Tribunal Justiça (STJ). No entanto, Leonardo conta que antes de ser encaminhado para instância superior solicitou a perícia no guardião. “Nós solicitamos ao desembargador Orlando Perri, antes deste processo subir para o STJ, que se fizesse uma perícia pela Polícia Federal. Primeiro, porque é uma perícia completamente complexa, depende de cruzamento de dados que precisam ser feitos por expert no assunto e, nós, infelizmente, não temos essa capacidade técnica, nós temos profissionais, mas não temos capacidade técnica”.

Os promotores citados na denúncia, Marco Aurélio de Castro, Marcos Bulhões, Marcos Regenold, Samuel Frungillo e Célio Wilson e o procurador Paulo Prado, encaminharam nota nesta quinta-feira (19), destacando que protocolaram pedidos para que fossem investigados pelos órgãos do MP. “Firmes no exercício incansável de suas atribuições e cientes da lisura de todos os atos praticados no desempenho dos cargos que exercem, os signatários vêm a público expor que nesta data protocolaram pedidos junto à Corregedoria Nacional do Ministério Público - CNMP, Procuradoria-Geral de Justiça do Estado de Mato Grosso e Corregedoria-Geral do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, na qual requerem a imediata instauração do procedimento cabível para a apuração de suas condutas”, diz nota.

 

 

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