A Polícia Federal cumpriu nesta segunda (25.11), mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete do juiz federal, Julier Sebastião. Os mandados fazem parte da Operação Ararath, deflagrada no último dia 12, pela PF e foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Cuiabá.
Os mandados foram expedidos no curso de inquérito judicial instaurado para apurar crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. O inquérito tramita sob segredo de Justiça.
Os agentes da Polícia Federal apreenderam na manhã de hoje documentos na residência e no gabinete do juiz federal, situado no prédio da Justiça Federal. Os documentos servirão para instruir as investigações sobre crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Segundo fontes do VG Notícias, um grande volume de documentos foi apreendido pelos agentes da PF.
A assessoria da Justiça Federal confirmou a diligência policial no gabinete de Julier e disse ainda que o magistrado por enquanto não irá se pronunciar sobre o caso. No entanto, a assessoria da PF não confirma buscas na residência de Julier.
O magistrado não atendeu e nem retornou os telefonemas da reportagem do VG Notícias, até o fechamento da matéria.
Presidente do Detran - Os agentes da Polícia Federal também realizaram buscas, na casa e no gabinete do presidente do Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN), Giancarlo Castrillon.
Na decisão do desembargador federal Tolentino Amaral, que deferiu os sete mandados de busca e apreensão, o magistrado justifica as buscas na casa e no gabinete de Castrillon, por um suposto envolvimento do gestor com magistrado investigado, sem especificar o nome, e também tráfico de influência dentro do órgão estadual.
A assessoria do órgão confirmou a diligência, mas nega que documentos foram apreendidos na autarquia. A assessoria informou ainda que irá divulgar uma nota sobre o ocorrido.
Na casa de Castrillon foram apreendidos um notebook e algumas agendas velhas.
Operação Ararath - A Operação Ararath e para desarticular uma quadrilha especializada em cometer crimes contra o sistema financeiro nacional, por meio de operação clandestina de instituição financeira e lavagem de dinheiro. A investigação teve início em 2011.
Conforme a PF, o grupo utilizava-se de empresas de factoring (fomento mercantil) como fachada para concessão de empréstimos para pessoas físicas e jurídicas, tendo como base operacional a empresa Globo Fomento Mercantil, em Várzea Grande, que oficialmente encerrou as atividades em 2012.
As investigações chegaram ao empresário Gércio Marcelino Mendonça Júnior, o Junior Mendonça, além de autoridades e agentes públicos. Isso porque, na primeira fase da Operação Ararath, foram apreendidos documentos sobre os empréstimos financeiros e até anotações sobre o destino do dinheiro, inclusive, com nomes.
Conforme a investigação, nos últimos seis anos, foi movimentado mais de R$ 500 milhões nas contas dos investigados. Até o momento a Polícia Federal já cumpriu 11 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 5ª Vara de Justiça Federal, em Cuiabá, Várzea Grande e Nova Mutum.
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