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Política Sábado, 29 de Junho de 2024, 16:31 - A | A

Sábado, 29 de Junho de 2024, 16h:31 - A | A

Extinção gradativa

Pesquisadores levaram mais recursos para Empaer do que o governo, diz levantamento

A falta de investimento em pesquisa é considerada preocupante por revelar ações que conduzem à extinção da Empaer

Adriana Assunção/VGN

O governador Mauro Mendes (União) reduziu nos últimos quatro anos os investimentos no setor de pesquisa da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer). A redução do repasse estadual - via Plano de Trabalho Anual (PTA) - é inferior aos recursos arrecadados pelos pesquisadores.

Ao todo, o investimento do Governo do Estado é de R$ 764.000,00 via o Plano de Trabalho Anual, enquanto o recurso arrecadado pelos pesquisadores, por meio de seus projetos de pesquisa, que advém tanto da iniciativa privada, quanto da pública, consta no valor de R$ 3.185.000,00.

“O recurso arrecadado via projetos vem superando o recurso via PTA, demonstrando que a pesquisa executada pelos pesquisadores não é dreno de recurso da Empaer, mas sim fonte”, cita trecho do relatório apresentado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Assistência e Extensão Rural do Estado de Mato Grosso (Sinterp-MT).

Segundo o Sinterp-MT, com aval do Conselho Deliberativo da empresa, foi aprovado um novo corte na composição da estrutura, afetando diretamente a Pasta da pesquisa, que manteve apenas dois cargos de gestão, o de diretor de pesquisa e fomento e o novo cargo instituído, o de chefe de unidade de validação de tecnologias. A medida é considerada preocupante por revelar ações que conduzem à extinção da Pasta.

Conforme o relatório, os pesquisadores precisam de garantia de estabilidade do trabalho por meio de condições adequadas, seja no campo experimental, no centro de pesquisa e nos equipamentos e implementos para elaborar propostas de investidores nas pesquisas demandadas pela agricultura familiar.

Além da redução em investimento e desmonte da Empaer com fechamento e o anúncio de venda do patrimônio exposta na audiência pública desta semana, o Governo do Estado promove uma extinção gradativa da unidade. Neste ano, o Governo implantou o Programa de Demissão Voluntária na Empaer. Com a medida, houve redução de equipe, que trabalham sob o caos por ameaças de fechamento e sucateamento das unidades.

A médica veterinária, Laura Peixoto de Arruda, da unidade de Cáceres, que está sob ameaça de fechamento, afirmou em entrevista ao , que experimentos e pesquisas. “Não conseguimos fazer mais nesses últimos anos, porque ficamos com o quadro muito reduzido de 18 funcionários, só ficaram 4 no centro de pesquisa. Esses bravos colegas ainda fizeram muito diante desse cenário e sem aporte nenhum de recursos. Não podemos deixar fechar a pesquisa da Empaer, importante para Assistência técnica e a extensão rural.”

Contrária ao “desmonte” da Empaer com a venda de parte do Centro de pesquisa de Sinop, venda total do Centro de Rosário Oeste e desativação do Centro de pesquisa de Várzea Grande e de Cáceres, Laura Peixoto de Arruda destacou a estrutura de Várzea Grande, que contempla os laboratórios de solos e cultura de tecidos em atividade e os laboratórios de nutrição de plantas, fitopatologia, laboratório de sementes e controle biológico.

Sem a unidade de Várzea Grande o produtor terá que pagar em torno de R$ 110 a R$ 155 para análise de solo em um laboratório particular. “Ou vai reduzir bastante a quantidade de produtores que fazem análise do solo, que tentam melhorar a sua pastagem, a sua cultura, a sua lavoura, com o acompanhamento do técnico, a recomendação técnica, ele vai querer fazer de ir no olhômetro, achando que talvez precise disso daquilo, e sem ser uma coisa exata, assim ele não alcança a produtividade ideal, ele não vai ter a produtividade que se espera”, comentou.

Apelo ao Governo 

A profissional fez um apelo por investimentos do Governo do Estado na Empaer. Segundo ela, o Governo tem dificuldades de medir os lucros por não serem aplicados de forma direta no Estado. “O que a gente espera do Governo é que ele invista na Empaer sem ter que desfazer dos patrimônios da pesquisa da Empaer. Eles têm condições, sim, de investir e de analisar. Temos produtor, por exemplo, que tem uma renda bruta de 200 mil ao ano com banana terra-anã, que saiu daqui do Centro de Pesquisa de Cáceres. O investimento tem retorno sim, só que esse retorno não é direto aos cofres do Governo”, declarou.

Leia mais: Venda de patrimônio da Empaer é facada nas costas da agricultura familiar de MT, diz sindicalista

 
 
 

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