Ao analisar os 65 dias de administração do prefeito Walace Guimarães (PMDB), o secretário de governo de Várzea Grande, Ismael Alves, voltou a falar da situação a qual o peemedebista encontrou o município, quando assumiu a prefeitura em janeiro deste ano.
Ismael criticou a forma que o ex-prefeito, vereador Maninho de Barros (PSD), entregou a prefeitura para Walace, e citou que o ex-gestor não cumpriu a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ao deixar a folha de pagamento em atraso para o atual prefeito.
"A administração Wallace encontrou a cidade de Várzea Grande com uma situação muito difícil. Nós encontramos o município com folha de pagamento em atraso, que pela Lei de Responsabilidade Fiscal o gestor tem que ao final de sua gestão entregar ao outro gestor a folha em dia, e isso não foi cumprido", disse Ismael, em entrevista concedida ao programa Tribuna CBN, na rádio CBN Cuiabá.
De acordo com Ismael, nestes 65 dias de administração Walace se deparou com uma situação bastante difícil, devido aos atrasos da gestão passada no pagamento de servidores e fornecedores.
Apesar de ter consciência do “rombo” deixado na prefeitura pelos antecessores, Ismael concluiu que cabe aos órgãos fiscalizadores tomar providencia, ou seja, a administração será conivente com o “rombo” se os órgãos, tais como Ministério Público e Tribunal de Contas não investigar o caso.
“Nós fechamos o balanço geral em fevereiro e encaminhamos para a câmara. Agora vamos encaminhar para o TCE. Então, compete aos órgãos fiscalizadores fazer esta investigação e detectar a responsabilidade de cada gestor” justificou.
Conforme Ismael, nestes primeiros meses de administração os recursos que entraram na conta do município foram usados para quitar as folhas de pagamento em atraso. “Pagamos três folhas de pagamento nestes 60 dias, deixamos de aplicar esse valor em outros setores. Várzea Grande estava toda esburacada, com a malha viária toda comprometida, e assim que parou a chuva começamos arrumar. Já aplicamos 500 toneladas de massa asfaltica, se você andar pelas ruas da cidade poderá observar a diferença, as principais avenidas já estão praticamente recuperadas” avaliou.
O secretário informou ainda, que o município conseguiu parcelar a dívida com o INSS. “Nós conseguimos parcelar o INSS que há muitos anos o município vem protelando. Um rombo grande de aproximadamente R$ 58 milhões, está na procuradoria da Receita Federal, para quitar a parcela temos garantido 2% do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). Estamos cumprindo com os encargos da folha atual e também arcando com o parcelamento desta dívida. Para se ter idéia, somente de dívida fundada consomem mais de R$ 1 milhão de dívidas que vem lá de trás”.
Quanto à dívida com o Instituto de Seguridade Social dos Servidores do município (Previvag), Ismael disse que será reparcelada. “Estamos fazendo o levantamento da dívida com a Previvag, e o débito deve chegar a R$ 20 milhões. Vamos levar o projeto de parcelamento para a Câmara e temos que trabalhar neste parcelamento para que Várzea Grande saia da inadimplência” destacou, e informou que solicitou um levantamento de todos os convênios que o município possui, para analisar.
Ao ser indagado se as dívidas reclamadas não constavam na transição de governo, ou seja, se Walace já não tinha conhecimento do “rombo”, Ismael falou que a transição foi conturbada devido à troca de prefeitos. “A transição foi feita dentro de outra transição, quando o decreto foi publicado pelo Tião (Tião da Zaeli – ex-prefeito), no momento que estava se instalando os trabalhos, houve a renúncia de Tião, e logo após, assumiu Maninho e trocou os secretários, por isso, a equipe de Walace teve que trabalhar junto com a nova equipe para saber da situação do município, os secretários também estavam tomando conhecimento naquele momento. Então, se fosse uma gestão continuada não teríamos problemas, mas, como houve esse impasse apenas detectamos a real situação de Várzea Grande após assumirmos” finalizou.
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