Rejeitado como testemunha de defesa, mas ouvido pelo juiz eleitoral do Distrito Federal, Vitor Feltrim, como informante da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que cassou o mandato da senadora Selma Arruda (PSL), o assessor da parlamentar, Hélcio Campos Botelho diz não se lembrar de ter sido uma das testemunhas do suposto contrato mútuo firmado entre a senadora e o seu primeiro suplente Gilberto Possamai.
Selma e o suplente fizeram um contrato mútuo no valor de R$ 1,5 milhão, para supostamente “mascarar” caixa dois de campanha. O contrato foi considerado pela Justiça Eleitoral como captação ilícita, pelo fato dos valores não terem passado pela conta de campanha da senadora.
Hélcio foi coordenador da campanha de Selma e atualmente está lotado no gabinete da senadora com salário de R$ 11,5 mil. Na AIJE ele foi arrolado como testemunha de defesa de Selma, mas, o magistrado não aceitou devido à subordinação, contudo, permitiu que falasse como informante. Leia mais: Justiça do DF rejeita testemunha de Selma em AIJE que cassou seu mandato
Ao ser questionado pelo advogado de Carlos Fávaro - um dos autores da ação -, sobre a existência do contrato mútuo, Hélcio disse não lembrar se assinou como testemunha. “Não se recorda de ter assinado como testemunha um contrato de mútuo entre a senadora e o primeiro suplente, mas sabe de ouvir dizer sobre a existência dele, que não sabe se o contrato mútuo é produto de fraude” diz trecho da ata, obtida com exclusividade pela reportagem do oticias.
Sobre cheques emitidos pela senadora antes da campanha eleitoral, o informante disse que não participou e não tem conhecimento.
Já em respostas às perguntas do Ministério Público, Hélcio não poupou críticas à empresa Genius, a qual, segundo ele, não teria “experiência para marketing eleitoral”. “A Genius é boa em marketing empresarial, mas não tem experiência nem boa avaliação em marketing eleitoral. A senadora estava insatisfeita com a Genius e acreditava que ela não seria uma boa empresa para prestar todo o serviço de marketing eleitoral” disse.
O informante relatou que trabalhou na campanha e na prestação de contas de Selma, e que não foi apresentada na prestação de contas, notas referentes a serviço de assessoria prestado anteriormente ao período de campanha. Conforme ele, pesquisa quantitativa e qualitativa feita antes da campanha é para avaliar o potencial de candidatura, que tais pesquisas não são consideradas campanha eleitoral, e que avaliação de potencial de candidatura não constitui campanha eleitoral, mas apenas análise de viabilidade para a futura campanha eleitoral.
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