O governador Mauro Mendes (DEM) comparou a dívida de Mato Grosso com 10 mega-senas acumuladas de final de ano, o que corresponde a quase R$ 4 bilhões. E não há dinheiro em caixa.
“O Estado deve hoje – o restos a pagar vai ser de quase R$ 4 bilhões. Mato Grosso deve ter os restos a pagar correspondente a 10 Mega-Sena acumulada de final de ano. Alguém forneceu, prestou serviço, emitiu nota e o Estado não tem o dinheiro para pagar”, afirmou o democrata em entrevista a Capital FM na manhã desta quarta-feira (09.01).
Segundo o gestor, a ordem é economizar e cortar os gastos, para tentar equilibrar a máquina pública. “Temos que cortar violentamente despesas. Na Casa Civil tinha 17 carros alugados, o secretário já determinou a devolução de 10. É carro, é telefone, é água, é aluguel, é cargo comissionado. É cortar, é fechar empresa, é fazer tudo possível para diminuir gastos, e trabalhar na outra ponta para elevar despesa. Para atingir o equilíbrio, não é pra sobrar dinheiro para investir em escola, estrada, terminar o VLT, isso é equilibrar as contas. Fazer com que aquilo se arrecada, seja igual aquilo que se gasta, nós temos que fazer um esforço gigante”, comentou.
Mendes ressaltou que o Estado não existe só para pagar salários. “Nós estaremos fazendo uma série de ajustes. Não terei medo de fazer aquilo, acima de tudo que é legal, mas fazer tudo aquilo o que é correto, para ajudar MT. Se nós não conseguirmos corrigir o rumo do Estado, vai ficar muito ruim para o servidor, temos que compreender que o estado não existe só para pagar salários, para pagar dívidas, mal e porcamente, não consegue pagar salários. Precisamos fazer uma grande virada. Nós queremos que o estado preste serviços ao cidadão”.
Questionado sobre projeto do novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab), que vai garantir que R$ 500 milhões dos recursos obtidos sejam investidos em infraestrutura, Mendes argumentou que há uma distorção para finalidade que o fundo foi criado.
“O uso do dinheiro do Fethab para outra finalidade, a não ser que foi criada, que é investir nas estradas de Mato Grosso, já vem sendo feito a muitos anos. Desde o governo Blairo, Silval. Isso é uma distorção para que o fundo foi criado, os produtores rurais tem 100% de razão quando eles ficam irritados com isso, porque, muito mais que pagar o imposto, que ninguém gosta, é não ter o retorno e ter que conviver com estradas muito precárias, muito ruins no interior do Estado”.
Mas acrescentou que “não pode chegar agora e dizer que não vou mais usar o Fethab para pagamentos”. “Uma dificuldade tão grande desta, eu não posso abrir mão de receita nesse momento, nós estamos priorizando um pouco os investimentos, mas não posso chegar agora e dizer que não vou mais usar o Fethab, vai piorar ainda mais a situação de atraso de salários, de pagamento de fornecedores. Os R$ 500 milhões serão garantidos se essa lei for aprovada na Assembleia Legislativa, vai cair direto da Sinfra, especifica para pagar investimento na infraestrutura, não vem mais para chamada conta única do Estado. E de lá que a gente paga o custeio de uma máquina como o todo”, finalizou.
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